quarta-feira, 23 de junho de 2021

Primeira Greve Geral no Brasil * Ernesto Germano Parés/RJ

 PARA NÃO ESQUECER – 09 DE JUNHO DE 1917



COMEÇA A PRIMEIRA GREVE GERAL NO BRASIL!

(Ernesto Germano Parés/RJ)

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A primeira Greve Geral no Brasil, há mais de um século, foi iniciada por mulheres e durou mais de 30 dias!

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No dia 8 de março de 1917 havia ocorrido a grande greve das tecelãs da Rússia que deflagrou a revolução de outubro. Aqui, no dia 9 de junho do mesmo ano uma greve tem início no Cotonifício Crespi (SP). As operárias reivindicavam aumento de salários e redução das jornadas de trabalho, que até então não eram garantidos por lei.

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Ideologias como o anarquismo e o socialismo marxista, que chegaram a São Paulo principalmente pelos imigrantes italianos, tiveram um papel importante na organização do movimento. Com a adesão de operários de outras fábricas, a greve se espalhava e já tinha novas reivindicações: redução nos aluguéis, direito de organização, normalização do trabalho feminino e infantil e outras que não tinham ainda sido conquistadas.

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O Brasil passava por um momento marcante. Chegavam as primeiras indústrias, trabalhadores imigrantes vinham para cá e o movimento operário começava a surgir. O período de 1917 a 1920 marcou um importante momento para os movimentos grevistas no Brasil. Principalmente liderados por imigrantes e mais fortemente os italianos.

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Com o crescimento industrial e urbano, surgiram bairros operários em várias cidades brasileiras. Formados em sua maioria por imigrantes estrangeiros, a vida nesses bairros era bastante precária, refletindo os baixos salários dos operários, a jornada de trabalho estafante, a absoluta falta de garantias de leis trabalhistas, como descanso semanal, férias e aposentadoria.

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Foi também um período muito difícil para os operários. Fábricas insalubres, jornadas desumanas, emprego maciço de mão-de-obra infantil e feminina, mais baratas que a de homem adulto. Muitas crianças empregadas acabavam com um dos membros mutilados pelas máquinas e, assim como os demais trabalhadores, não tinham direito a tratamento médico, seguro por acidentes de trabalho, etc.

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No final de junho, a paralisação dos operários do Crespi contagiou os 1.500 operários da fábrica têxtil Ipiranga. Em seguida, se espalhou pela indústria de móveis, concentrada no Brás, e chegou até a fábrica de bebidas da Antarctica.

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Em 9 de julho, um mês após o início da greve nos Cotonifícios e com várias categorias já em greve, uma carga de cavalaria foi lançada contra os operários que protestavam na porta da fábrica Mariângela, no Brás e resultou na morte do jovem anarquista espanhol José Martinez. Seu funeral atraiu uma multidão que atravessou a cidade acompanhando o corpo até o cemitério do Araçá onde foi sepultado. Três dias depois mais de 70 mil trabalhadores já aderiram à greve. Armazéns foram saqueados, bondes e outros veículos foram incendiados e barricadas foram erguidas em meio às ruas.

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A adesão de outras categorias ia se ampliando e todo o movimento da cidade foi paralisado. Era a Primeira Greve Geral em um Estado, atingindo o fantástico (para a época) número de 75 mil trabalhadores em greve e foi dirigida pelos anarquistas. O comércio fechou, os transportes pararam e o governo era impotente para opor-se ao movimento. Os grevistas tomaram conta da cidade por 30 dias. Leite e carne só eram distribuídos para os hospitais, e dependia de autorização da Comissão de Greve. O governo abandonou a capital. Grevistas enfrentaram a polícia em Campinas. Após muita negociação a greve foi suspensa com um acordo.

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A partir daí, a greve se alastrou para quase todas as cidades do interior de São Paulo. Campinas, Piracicaba, Santos, Sorocaba, Ribeirão Preto. Até Poços de Caldas, no sul de Minas, que não era uma cidade industrial, teve movimentos de greve.

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As ligas e corporações operárias em greve, juntamente com o Comitê de Defesa Proletária reuniram-se na noite de 11 de julho e divulgaram um manifesto com 11 tópicos através dos quais apresentavam suas reivindicações.

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- Que sejam postas em liberdade todas as pessoas detidas por motivo de greve;

- Que seja respeitado do modo mais absoluto o direito de associação para os trabalhadores;

- Que nenhum operário seja dispensado por haver participado ativa e ostensivamente no movimento grevista;

- Que seja abolida de fato a exploração do trabalho de menores de 14 anos nas fábricas, oficinas etc.;

- Que os trabalhadores com menos de 18 anos não sejam ocupados em trabalhos noturnos;

- Que seja abolido o trabalho noturno das mulheres;

- Aumento de 35% nos salários inferiores a $5000 e de 25% para os mais elevados;

- Que o pagamento dos salários seja efetuado pontualmente, cada 15 dias, e, o mais tardar, 5 dias após o vencimento;

- Que seja garantido aos operários trabalho permanente;

- Jornada de oito horas e semana inglesa;

- Aumento de 50% em todo o trabalho extraordinário.

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Em 16 de julho - mais de um mês após o início da paralisação no Cotonifício Crespi - um acordo entre autoridades, organizações trabalhistas e industriais, mediado por jornalistas, pôs fim à greve em São Paulo. Mais ainda não era o fim da greve geral.

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Segundo os historiados, apenas em São Paulo a greve terminou com uma negociação única. No Rio e em Porto Alegre, para onde o movimento já havia se espalhado, os movimentos tiveram dimensões gerais, mas só terminaram na medida em que cada setor chegava a um acordo com seu patronato. O ritmo de saída da greve foi aos poucos, assim como a adesão.

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Outros historiadores afirmam que até o dia 18 de julho ainda havia categorias entrando em greve, como os pedreiros. Parte dos empresários se recusava a assinar os acordos e queria negociar condições diretamente com os funcionários.

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Como em outras oportunidades, terminado o movimento o governo prendeu, espancou, processou e expulsou a maioria dos líderes da greve e não cumpriu as promessas feitas.

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VIVA A GREVE GERAL DE SÃO PAULO EM 1917!

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VIVA A LUTA DA MULHER TRABALHADORA!

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A GREVE É UM DIREITO LEGÍTIMO DA CLASSE TRABALHADORA!

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terça-feira, 22 de junho de 2021

TODO APOIO À LUTA DOS SERVIDORES DO CPII * Movimento Brasil Operário/MBO

 TODO APOIO À LUTA DOS SERVIDORES DO CPII

COLÉGIO PEDRO II

https://sindscope.org.br/lutas/geral/defesa-da-democracia-no-cpii-e-do-fim-dos-cortes-de-verbas-tera-ato-e-paralisacao-no-dia-29-de-junho 

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segunda-feira, 7 de junho de 2021

Trabalhadores denunciam contribuições para o SINDEEPRES * Movimento Brasil Operário/MBO

 TRABALHADORES DENUNCIAM CONTRIBUIÇÕES PARA O SINDEEPRES


A ASSOCIAÇÃO sempre tomou os cuidados de  

alertar os companheiros trabalhadores, que  

sofrem o desconto de Contribuições Assistencial,  

Negocial, Confederativa, para o SINDEEPRES é  

ilegal. 


O Sindicato impõe as empresas fazerem descontos  

dos salários dos trabalhadores Leituristas, Trabalhadores no Poupa Tempo, Trabalhadores no  Detran/SP, Trabalhadores em Merchandising-Trade Marketing, e outros, por força da Convenção  Coletiva de Trabalho.  

No entanto, existem denúncias que quando procuram o sindicato para protocolar a Carta de Oposição  ao desconto, não conseguem e são maltratados. 

Companheiros, temos uma enorme defasagem salarial e o Sindicato somente se preocupa em  descontar nos nossos salários.  

É hora de dar um basta ! Estamos preparando denúncias para o Ministério Público do Trabalho para  que faça valer nossos direitos, nos conformes das Leis, e possamos nos filiar a quem defende  verdadeiramente nossos direitos. 

NAO DEIXEM QUE METAM A MÃO NOS DIREITOS DOS TRABALHADORES, DENUNCIEM!