segunda-feira, 1 de setembro de 2025

TRABALHADORES DA SGS D.CAXIAS EM GREVE * COMISSÃO TRABALHADORES DA SGS EM GREVE NA PLANTA DA BRASKEM Q4 DE CAMPOS ELÍSEOS

TRABALHADORES DA SGS D.CAXIAS EM GREVE

"A paralisação teve início na segunda-feira passada, dia 25 de agosto de 2025, os trabalhadores da empresa SGS, empresa contratada da Braskem, decidiram paralisar as atividades de forma temporária até que suas reivindicações fossem atendidas.

Importa destacar que a paralisação teve início pela soma de diversos fatores, um dos pontos de grande importância se deu pela inobservância de normas de segurança do trabalho ocasionando acidentes no interior da unidade e a tentativa da empresa de ocultar esses acidentes dois representantes eleitos para comissão interna de prevenção de acidentes.

O que surpreende é que desde o início das reivindicações o número expressivo de policiais, policiais militares de várias regiões, estão aparecendo para escoltar ônibus, permanecendo ao redor das assembleias realizadas diariamente pelos trabalhadores, ostentando armamento desproporcional e desnecessário. Os trabalhadores não entendem a razão pela qual na última assembleia realizada no dia 1 de setembro de 2025, haviam em torno de 30 viaturas, todas com policiais armados de fuzis.

Já houve audiência de conciliação no tribunal do trabalho seção de dissídios coletivos, porém, até o momento não houve solução em razão do fato da proposta apresentada ter sido ínfima.

O problema é que a empresa, que atualmente possui um efetivo de 600 trabalhadores, optou por ignorar a reivindicação realizada pelos trabalhadores organizados em comissão eleita para essa finalidade.

Outro fator de extrema relevância é que a empresa sgs afirma que o sindicato representante da classe trabalhadora é um sindicato cuja atividade representada não possui nenhuma relação com aquelas exercidas nas unidades de trabalho Braskem e Arlanxeo, gerando grande prejuízo a todos os trabalhadores em razão da prática de salários e benefícios inferiores aqueles devidos pelas funções desempenhadas.

Na tentativa de ocultar os acidentes, a empresa SGS retirou os representantes da CIPA da unidade de trabalho, tendo transferido o representante Patrick para o terminal marítimo, o deixando isolado do convívio com outros trabalhadores e retirado o representante da CIPA de nome Sérgio da unidade de trabalho.

Houve um acidente no mês de junho que culminou no afastamento de um trabalhador e outro acidente no mês de agosto que pode ter contaminado vários trabalhadores em razão disposição prolongada ao benzeno, já sendo de conhecimento da comissão de trabalhadores que ao menos trabalhadores da empresa SGS foram expostos a benzeno.

No esforço de tentar frustrar a paralisação a empresa SGS proibiu os motoristas dos ônibus contratados de abrirem as portas, impedindo que os trabalhadores desçam para participarem das assembleias que são realizadas diariamente na porta da unidade.

Ao se organizarem dessa forma, os trabalhadores da SGS entendem que estão no legítimo exercício do direito de paralisação, contudo, as empresas envolvidas insistem em não negociar, e pior, estão se utilizando indevidamente das forças policiais do Estado para intimidar os trabalhadores na tentativa de frustrar o movimento grevista, destaca-se ainda que a data base da categoria indicada pela empresa SGS é 01/08/2025, portanto, a reivindicação estaria sendo feita no tempo oportuno, tendo em vista que não há Norma coletiva vigente.

Em razão das práticas abusivas da empresa SGS e diante de sua resistência em conversar com a classe trabalhadora, não restou outra alternativa senão organizar uma pauta de reivindicação e pleitear melhorias das condições de trabalho, salários e benefícios.

Os integrantes da comissão de trabalhadores formalizaram denúncias junto ao Ministério público do Trabalho noticiando todas as irregularidades e pedindo auxílio do Ministério público, NF 001125.2025.01.004/3, NF 001063.2025.01.004-0. (Trabalhadores da Sgs em greve na planta da Braskem q4 em Campos eliseos)"
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TRABALHADORES DA SGS EM GREVE NA PLANTA DA BRASKEM Q4 DE CAMPOS ELÍSEOS - RJ

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Luta Caminhoneiro * Movimento Luta Caminhoneiro - Agosto 2025

Luta Caminhoneiro

Apesar da importância essencial para o país que possui os companheiros caminhoneiros, seu peso econômico, etc., isso contrasta com a situação difícil que a categoria enfrenta. Os empresários e seus agentes, independente do setor econômico a que pertença, vêm há tempos implementado uma verdadeira política de arrocho e superexploração contra os companheiros.

Os trabalhadores, sejam efetivos, sejam os chamados "autônomos", que estão endividados pagando seu caminhão, sentem na pele o verdadeiro arrocho e defasagem nos salários, nos fretes, a carestia da indústria dos pedágios, preço abusivo do combustível, gastos com manutenção, trânsito e condições de tráfego completamente insalubres, condições péssimas e desumanas em locais de entrega ou coleta, desrespeito e falta de reconhecimento profissional, etc. Todos estes, são problemas sérios e cotidianos que nos deparamos e que tem tornado uma verdadeira tortura diária, ser motorista profissional no Brasil . Não à toa, que o número de caminhoneiros vem se reduzindo anualmente em nosso país.

O oportunismo das empresas e seus atravessadores, que aumentam de forma vertiginosa o número de entregas e coletas em troca de salários e fretes cada vez menores e ínfimos, tornou-se gritante e insustentável. Estes abutres estão tirando proveito da atual situação de nossa desorganização e fragmentação.

As organizações que dizem nos "representar", não passam de agregados de oportunistas e agentes dos patrões. Não conscientizam, nem organizam e muito menos mobilizam os trabalhadores para a luta em defesa de condições dignas de trabalho, salário e frete.

O Brasil, país de dimensões continentais, com seus mais de 8,5 milhões de territórios e uma população com mais de 200 milhões de pessoas; possuindo um sistema de transportes estruturalmente dependente de rodovias e caminhões para escoamento, produção e circulação no país, depende essencialmente do trabalhador caminhoneiro como um dos pilares para o funcionamento da economia nacional.

No entanto, embora o peso, mais do que reconhecido sobre nossa importância para o país, não nos vemos minimamente valorizados. Justamente o contrário, estamos a cada dia submetidos a condições precárias, degradantes mesmo, sujeitos a baixos salários e fretes que mal conseguem garantir a reprodução dos caminhoneiros empregados e muito menos a manutenção e abastecimento dos caminhões dos companheiros "autônomos".

Eles querem nos dividir para nos dominar

Os empresários de todos os setores da economia nacional, muito têm se aproveitado da estrutura profissional que envolve os trabalhadores caminhoneiros vigentes no país.

Nossa categoria é composta por uma parte de trabalhadores "autônomos" e outra parcela empregada via CLT. Dessa fragmentação entre os trabalhadores, os patrões se aproveitam e manobram fomentando a concorrência e competição entre os trabalhadores. Assim, eles incrementam seus lucros utilizando este expediente para rebaixar o valor do frete, ou para arrochar os salários; para colocar os trabalhadores em competição e guerra entre si pela sobrevivência.

Tal fato na prática enfraquece nossa categoria, fragmenta nossos companheiros, quebra nosso potencial de lutas e nos torna presas fáceis para a sanha dos empresários e seus agentes.

Esse o motivo por trás das organizações fajutas que dizem nos "representar", porém nunca terem tomado qualquer medida, mesmo tímida, visando unificar os caminhoneiros para uma agenda conjunta de esclarecimento , conscientização e mobilização em defesa de seus reais interesses de trabalhadores. Quem atua nos bastidores manobrando e instrumentalizando tais organizações e associações--e seus "líderes" corruptos-- são os próprios patrões, que sabem muito bem como nos manter na linha paralisados, apáticos e sem consciência, para garantir seus lucros graças a um nível selvagem e desumano na exploração de nossa força de trabalho.

A situação dos companheiros na AçoTubo

O caso dos companheiros que trabalham na metalúrgica Açotubo em Guarulhos, Grande São Paulo, ou mesmo de quem carrega ou descarrega nesta empresa é emblemático. Os companheiros relataram o aumento dos casos de assédio moral envolvendo as relações de trabalho, congelamento e defasagem nos valores do vale refeição, aumento sem precedentes da carga de trabalho, sobrepeso de materiais que precisam descarregar manualmente, etc. Quem, por sua vez, entrega ou coleta com frequência nesta empresa, está sujeito à demora e espera infindáveis para ser atendido; descaso e caprichos de supervisores e encarregados, etc.

O caso da AçoTubo é um exemplo típico das péssimas condições a que estamos sujeitos em troca de salários e fretes irrisórios e cada vez mais defasados, diante de um custo de vida absurdo que acomete toda a classe trabalhadora brasileira.

Já é hora de superarmos tudo isso. Precisamos urgentemente organizar de verdade nossas forças e traçar um plano nacional de lutas e mobilização em defesa de direitos, condições dignas de trabalho e ganhos reais nos salários e fretes.

Fazemos um chamamento a todos os companheiros caminhoneiros, empregados ou "autônomos", para fortalecermos os núcleos de apoio e organização de nossa categoria. Somente bem organizados e munidos de uma clara consciência sobre nossa real situação, poderemos avançar para humanizar nossas condições de existência sem sermos massa de manobra nas mãos de politiqueiros oportunistas e fantoches dos donos do poder.

O movimento Luta Caminhoneiro nos convoca a:
Formar e fortalecer os núcleos e comitês de apoio e luta dos caminhoneiros nos locais de trabalho e regiões de atuação, pontos de coleta e entrega;
Garantir condições dignas de trabalho e valorização nos salários e fretes;
Formar em cada município núcleos de organização e luta dos caminhoneiros.


Movimento Luta Caminhoneiro
Agosto 2025

sexta-feira, 11 de julho de 2025

É LUTA DE CLASSES, SIM, SEMPRE FOI * Adão Alves dos Santos/SP

É LUTA DE CLASSES, SIM, SEMPRE FOI

As más línguas, muito provavelmente diriam, (as lutas de classes no Brasil, no exato momento em que um indígena, "ops, estas más línguas, certamente diriam um índio, já que e existência deste povo elas reconhecem", foi obrigado a carregar uma tora de pau-brasil, para o porão de uma nau lusitana). Isto diria uma má língua, já que alguém de boa índole, saberia que o tratado de Tordesilhas, já indicava a existência do Brasil, que começou a ser explorado, nos conflitos impostos pelo fechamento da rota das especiarias no oriente médio, fazendo com que a busca por uma nova rota, viesse a fazer com que fosse imperativo a invasão da nossa eterna Pindorama, que teve por consequência, a imposição que o indígena de carregar tal tora, que é claro, não foi só uma, nem se limitou aos anos da invasão.

As tais lutas de classes, teoricamente ignoradas pelo "andar de cima", que neste "teoricamente", tem como premissa, que não chamemos de luta de classe, as explorações, contra nós desencadeadas.

Passados os cinco séc, com tal exploração, nunca diminuindo, tendo inclusive, sido impedido, utilizássemos a expressão "proletário". A luta de classe existe até nisso.

Assim como lá, na idade média, a igreja pseudamente-cristã, está por trás das explorações. Aquela igreja pseudamente-cristã, que fazia uso da inquisição, para subjulgar quem, até por não ter origem cultural no lado cristão do mundo, logo, não professava a fé cristã, mas, isto, é claro não importava a esta igreja pseudamente-cristã.

Chegamos finalmente a este séc XXI, ao atual congresso, muito provavelmente, o pior congresso de nossa história, eleito graças, a uma intensa movimentação dos setores retrógrados destas igreja pseudamente-cristã.

Enquanto o andar de cima, tripudia sobre os andares de baixo, "pagando pouco, impondo regras trabalhistas rígidas, que nunca permitiram muita coisa". Inclusive, o descanso semanal, muitas impedido de ser aos finais de semana. O fim da semana "6X1", é pauta da tal luta de classe, lutar por isto, é visto como luta de classe, já negar, um direito histórico do patronato.

Este item, apenas um, fazer com que os ricos paguem impostos, que eles abram mão de isenções fiscais, é um crime para muito além do imaginável.

Estes dois itens, só existem pelas manipulações políticas que simplesmente apagam a identidade de classe, por parte dos excluídos, que em virtude deste apagamento, acabam por votar maciçamente nas classes dominantes.

Quando um pobre, pela alienação, é levado a votar no patronato, não é luta de classe, mas, quando os pobres se libertam da alienação, aí, justamente aí, começa a luta de classe.

Primeiro, a luta de classe, sempre existiu, mesmo quando para a "mérdia corporativa, faz questão de afirmar não existir.

Adão Alves dos Santos/SP
UNIDOS PODEMOS TUDO

quinta-feira, 10 de julho de 2025

TALVEZ VOCÊ AINDA NÃO SAIBA, MAS SERVIDOR PÚBLICO É TRABALHADOR * Wladimir Tadeu Baptista Soares / RJ

TALVEZ VOCÊ AINDA NÃO SAIBA, MAS SERVIDOR PÚBLICO É TRABALHADOR 
(Uma homenagem ao Dia 28 de Outubro – Dia do Servidor Público) 
Wladimir Tadeu Baptista Soares 
(Advogado, Médico, Professor de Medicina da UFF) 

Durante quase quinhentos anos, desde o seu descobrimento, o Brasil conviveu com a figura jurídica conhecida como “funcionário público” – um trabalhador da esfera pública que tinha como compromisso servir ao governo (ao governante do momento). Esse funcionário público não atendia, obrigatoriamente, ao pré-requisito da aprovação em concurso público para assumir um cargo público no governo de ocasião. O concurso público podia ou não existir. Com isso, eram preservados o patrimonialismo (confusão entre o que é público e o que é privado, em que aquilo que é público é capturado pelo privado) e o nepotismo em todas as esferas públicas da Administração. Tratava-se de cumprir o princípio da pessoalidade (“quem indica”) no âmbito administrativo de todos os Poderes da República (Executivo, Legislativo e Judiciário). Desse modo, o funcionário público sofria toda espécie de assédio, já que não gozava de estabilidade, devendo favores àquela pessoa que o havia nomeado para o cargo público ocupado por ele. Assim, a corrupção, quando acontecia, era, de certo modo, protegida. 

O funcionário público era um trabalhador sem voz ativa, cabendo-lhe apenas obedecer as ordens dadas, sem questionar. Caso contrário, era sumariamente exonerado e substituído rapidamente por um outro indivíduo indicado por alguém para ocupar o seu cargo. Felizmente, a Constituição Federal de 1988 veio acabar com a figura jurídica do funcionário público, fazendo nascer as figuras jurídicas do “empregado público” (celetista) e do “servidor público” (estatutário) – este último regido pelo chamado Regime Jurídico Único (RJU), um regime jurídico administrativo de direito público, sendo assegurada a sua estabilidade. E é sobre o servidor público que quero falar. A partir da Constituição Federal de 1988, no que diz respeito a criação da figura jurídica do servidor público, em substituição ao funcionário público, a Administração Pública saiu de uma situação de imoralidade pública para uma condição de moralidade pública – um Princípio Constitucional Administrativo. 

 O servidor público, bem como o regime jurídico administrativo ao qual ele está submetido, tem previsão constitucional nos artigos 37, inciso II, e 39, caput, entre outros. Trata-se, o servidor público, de um trabalhador da Administração Pública, cuja investidura no cargo público tem como pré-requisito obrigatório a aprovação prévia em concurso público, o que lhe garante efetividade e a estabilidade necessária para o livre e responsável exercício da sua função. Portanto, a Constituição Cidadã de 1988 definiu a meritocracia do concurso público como condição necessária para o ingresso do trabalhador como servidor público na Administração Pública, seja ela federal, estadual, distrital ou municipal, cumprindo, assim, o estabelecido pelo Princípio Constitucional Administrativo da Impessoalidade (artigo 37, caput), afastando o patrimonialismo e o nepotismo da atividade administrativa, além de dificultar o aparelhamento político-ideológico da Administração Pública brasileira. Gozando de estabilidade, o servidor público, ao contrário do funcionário público, passa a ser um trabalhador público do Estado e da sociedade, e não mais do governo ou do governante – o que foi um avanço civilizatório -, sendo-lhe garantido voz ativa no âmbito da Administração Pública, o que serve como um dos instrumentos de defesa do Estado e da sociedade contra atos de corrupção. Essa estabilidade do servidor público não é, de forma alguma, absoluta, mas estabelece que o servidor público (concursado) só pode ser exonerado por justa causa, provada em processo administrativo disciplinar (PAD), em que são assegurados a ampla defesa, o contraditório e o devido processo legal.

 Com isso, inibe-se a possibilidade de assédio e proíbe-se a exoneração do servidor público por razões de perseguição pessoal, preconceito, discriminação, opção política, desafeto ou qualquer outro motivo não amparado na lei. É o servidor público aquele trabalhador que atua para o cumprimento dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, conforme previstos no artigo 3º, da Constituição Federal de 1988, ou seja: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Do mesmo modo, é o servidor público aquele trabalhador que atua para o atingimento da finalidade da Ordem Econômica Constitucional prevista no artigo 170 da Constituição Federal de 1988, ou seja: assegurar a todos uma existência digna, conforme os ditames da justiça social. 

 Mais ainda, o servidor público é aquele trabalhador que atua também para assegurar o cumprimento dos objetivos da Ordem Social Constitucional previstos no artigo 193, da Constituição Federal de 1988, ou seja: o bem-estar e a justiça social. Tendo como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil “o valor social do trabalho” (uma das dimensões da dignidade da pessoa humana), conforme disposto no artigo 1º, inciso IV, da Constituição Federal de 1988, e como um direito do servidor público aquilo que está previsto no artigo 37, inciso X, da Constituição Federal de 1988, ou seja, a revisão geral anual da sua remuneração, sempre na mesma data e sem distinção de índices, configura-se como inconstitucional o congelamento salarial dos servidores públicos, cabendo aos Poderes Legislativo e Judiciário, exercendo a função de peso e contrapeso das ações do Poder Executivo, bem como ao Ministério Público, no exercício da sua função de defesa do Texto Constitucional, impedir que esse congelamento aconteça. Desse modo, urgente se faz o respeito à data-base prevista em lei (mês de janeiro) para que esse mandamento constitucional seja, com justiça, cumprido anualmente. São os servidores públicos aqueles trabalhadores que têm o dever de prestar os serviços públicos definidos nas políticas públicas do Estado brasileiro. 

Naturalmente, um dos elementos para a eficiência da Administração Pública é a existência de uma política pública de recursos humanos que assegure um número adequado de servidores públicos para a prestação de serviços públicos com a qualidade esperada e desejada por todos, de forma contínua e de acesso universal. Infelizmente, ao contrário do que é veiculado na imprensa, o Brasil é um dos países com o mais baixo número de servidores públicos ativos em todo o mundo. Se compararmos, por exemplo, com os países escandinavos, ou seja, com aqueles países com os melhores índices de bem-estar social, enquanto esses países (Dinamarca, Noruega, Finlândia, Suécia) contam com 30 a 35% de servidores públicos, o Brasil conta com apenas 12% de servidores públicos em relação à toda a massa de trabalhadores do país (dados da OCDE). Portanto, o Brasil não tem uma máquina administrativa “inchada”, com excesso de servidores públicos. 

Ao contrário, a máquina administrativa brasileira conta com um déficit absurdo de servidores públicos concursados, havendo uma necessidade urgente de recomposição para mais do número de servidores públicos em todas as áreas da Administração Pública, o que se consegue, pela via constitucional (em atendimento ao Princípio da Legalidade), através da abertura de concursos públicos e o abandono imediato da política pública de recursos humanos de “enxugamento” da máquina pública e contratação de trabalhadores temporários, o que vai ao encontro da ineficiência pública e de encontro à dignidade da pessoa humana do servidor público. Sendo assim, não cabe, no ideal de construção de um Estado de Bem-estar Social, a continuidade da adoção de políticas públicas de inspiração neoliberal, que só geram perda de direitos sociais, aumento da desigualdade social, desemprego, “mercadorização” do ser humano, precarização das relações de trabalho, privatização dos serviços públicos sociais (educação, saúde, previdência social etc.) e da própria Administração Pública, aumento da pobreza, aumento da fome e injustiça social. Para isso acontecer, é preciso responsabilidade pública, vontade política, conhecimento, disposição e coragem, além da participação popular. 

Nesse contexto, como todo trabalhador, o que o servidor público quer é respeito, reconhecimento e valorização, o que significa respeito, reconhecimento e valorização não somente por parte do governo, mas também, e principalmente, de toda a sociedade.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

Xeque ao movimento sindical * Neuriberg Dias/DIAP

Xeque ao movimento sindical
Neuriberg Dias/DIAP

Às vésperas de mais um ciclo de eleições gerais, o Congresso Nacional avança com uma agenda legislativa claramente direcionada ao enfraquecimento do movimento sindical. Conduzida por setores da oposição ao governo federal, essa ofensiva não ocorre por acaso. Trata-se de uma ação estratégica que visa reduzir a capacidade de organização, mobilização e negociação dos trabalhadores em um momento crucial da vida democrática do país.

Os sindicatos não são meras estruturas burocráticas. São organismos vivos, essenciais para a mediação entre capital e trabalho. Por meio de campanhas salariais, greves, mobilizações, negociações coletivas e ações judiciais, buscam equilibrar relações historicamente marcadas por profundas assimetrias de poder. Atacar essas entidades é minar não apenas os direitos conquistados, mas o próprio pacto democrático que regula as relações laborais. E essa erosão se agrava quando ocorre em pleno ambiente pré-eleitoral, justamente quando os canais de representação e participação deveriam ser ampliados.

Atualmente, três projetos de lei concentram os ataques mais significativos ao sindicalismo. Um aprovado recentemente na Câmara dos Deputados, o PL 1663/2023, que tramita agora no Senado Federal, com os PLs 2099/2023 e 2830/2023, que seguem a mesma linha, prevendo mudanças nas estruturas sindicais que favorecem a enfraquecer as bases de representação coletiva, a proteção de direitos dos trabalhadores e que criam um cenário propício a práticas antissindicais.

O PL 1663/2023, de autoria do deputado Fausto Santos Jr. (União-AM), que tem como objetivo atualizar dispositivos ultrapassados da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), adequando-os à Constituição Federal e à nova legislação trabalhista vigente desde a reforma de 2017. O texto recebeu dois pareceres do relator, deputado Ossesio Silva (Republicanos-PE): um favorável, na forma de substitutivo, em relação ao texto original, e outro pela rejeição das quatro emendas apresentadas. Dentre essas emendas, foi incorporada a Emenda de Plenário nº 1, de autoria do deputado Rodrigo Valadares (União-SE), que gerou controvérsias por propor a criação de mecanismos digitais para o cancelamento da contribuição sindical.

A emenda estabelece que o pedido de cancelamento possa ser feito por meio de portais ou aplicativos do Governo Federal, como o “gov.br”, por plataformas digitais mantidas pelos sindicatos, aplicativos de empresas privadas autorizadas, ou até mesmo via e-mail. Para garantir a autenticidade, seriam exigidos mecanismos de validação como certificação digital (ICP-Brasil), autenticação via “gov.br”, outras formas eletrônicas legalmente reconhecidas ou assinatura física acompanhada de documento oficial.

Embora apresentada como medida de modernização, a proposta traz sérias contradições. Primeiramente, insere um novo regramento em um projeto que visa apenas revogar trechos obsoletos da CLT, ampliando indevidamente o escopo da proposição. Em segundo lugar, trata de uma matéria já resolvida pela Reforma Trabalhista: desde 2017, a contribuição sindical deixou de ser obrigatória, e qualquer desconto só pode ocorrer mediante autorização prévia e expressa do trabalhador. Assim, a criação de um sistema de cancelamento soa redundante, ao pressupor uma cobrança indevida generalizada que não corresponde à atual realidade normativa.

E os PLs 2830/2023 e 2099/2023, em especial o primeiro, que inicialmente tratava de temas processuais na Justiça do Trabalho, ganhou contornos com aprovação de uma emenda que igualmente impacta diretamente a estrutura e organização sindical. Ambas as propostas, de autoria do senador Styvenson Valentim (PODEMOS-RN), foram originalmente concebidas para reduzir de 45 para 15 dias o prazo para protesto e inscrição de devedores trabalhistas nos órgãos de proteção ao crédito.

No entanto, o relator da matéria na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), senador Rogério Marinho (PL-RN), introduziu mudanças que modificam profundamente a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no que diz respeito à contribuição sindical. Entre as alterações, está a ampliação do direito de oposição dos trabalhadores à cobrança da contribuição negocial. Na prática, isso incentiva a não contribuição, mesmo quando os benefícios negociados em convenções coletivas são usufruídos por toda a categoria — filiados ou não — ao prever que o trabalhador poderá manifestar oposição ao desconto sindical: a) no ato da contratação; b) em até 60 dias após o início da relação de trabalho ou no prazo de 60 dias após a assinatura de acordo ou convenção coletiva; c) ser feita pessoalmente ou por qualquer meio, inclusive eletrônico.

Além disso, a cobrança de contribuição assistencial será feita pelo sindicato exclusivamente por meio de boleto bancário ou arranjo de pagamentos instantâneos instituído pelo Banco Central do Brasil (Pix), sendo vedada a atribuição de responsabilidade ao empregador pelo pagamento, desconto em folha de pagamento e repasse às entidades sindicais. Exceto a critério do empregador, e desde que exista previsão em acordo ou convenção coletiva de trabalho, o pagamento por meio de desconto em folha da contribuição poderá ser fixado. E ainda, segundo o texto, fica vedada a cobrança e o envio de boleto, ou equivalente, à residência do empregado ou à sede da empresa, em caso de oposição apresentada pelo empregado.

A esse contexto se soma a crise enfrentada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), marcada por denúncias de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. Embora esses débitos estejam ligados a falhas administrativas e operacionais, setores do Parlamento e da mídia têm tentado transferir a responsabilidade para os sindicatos. Essa narrativa, desconectada dos fatos, tem sido usada como justificativa para avançar com medidas legislativas que restringem ainda mais a atuação sindical, explorando o desgaste público gerado por problemas estruturais do sistema previdenciário.

Diante dessa conjuntura, torna-se urgente uma resposta coordenada, combativa e propositiva pelo movimento sindical. É fundamental lançar uma campanha nacional de valorização do papel das entidades representativas. A iniciativa deve ter como foco o combate à desinformação, o resgate da relevância da representação coletiva, o diálogo com as novas gerações de trabalhadores — inclusive os inseridos em vínculos informais — e a promoção de um diálogo qualificado e permanente no Congresso Nacional onde o debate tem sido tratado de forma desqualificada e superficial sobre o papel dos sindicatos.

A tentativa de desarticulação sindical não é isolada nem neutra — ela integra uma disputa mais profunda sobre o modelo de país que está em jogo desde a reforma trabalhista. Retirar o poder de ação das entidades sindicais significa limitar a capacidade de mobilização da classe trabalhadora e, com isso, abrir espaço para o avanço de pautas regressivas que se beneficiam da apatia social. Ainda não é um xeque-mate, pois ainda há tempo para o movimento sindical movimentar o tabuleiro.

*Jornalista, Analista Político e Diretor de Documentação do DIAP.

FONTE
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sábado, 28 de junho de 2025

ATENÇÃO RODOVIARIOS * Trabalhadores de Classe e de Luta/RJ

ATENÇÃO RODOVIÁRIOS

Acabamos de sofrer uma "volta" do sindicato, que chamou assembleia mas já tinha assinado acordo com os patrões. Ou seja, nos fez de palhaços. Outra, apoiou proposta de greve mas nem saiu do sofá. E deixou que muitos companheiros se prejudicassem fazendo mobilização e correndo o risco de demissão. ISSO É CORRETO?

NÃO! Sindicato que se preze, compra a briga do trabalhador. MAIS: tem um monte de propostas e reivindicações circulando de mão em mão dentro da categoria. Mas qual é a que vem do sindicato? Está difícil saber. Isso tem como objetivo confundir os trabalhadores. Por exemplo: A PL- participação em lucros. Muitos estão entusiasmados, mas não sabem da manobra. O sindicato sabe muito bem que o patrão desconta do faturamento da empresa todas as suas benesses, os prejuízos com os ônibus, todas as despesas, e, se ele quiser, comprova com o balanço que não teve lucro. Com isso, o trabalhador vai ganhar o quê? Portanto, a solução não é PL, mas propor um adicional ao salário como compensação por exercício de duas funções.

PRECISAMOS DE UMA PAUTA DE REIVINDICAÇÕES

1 - REDUÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO: FIM DA ESCALA 6X1.

2 - PAUTA DE REIVINDICAÇÕES UNIFICADA: as propostas vindas dos trabalhadores devem ser incluidas.

3 - VALE ALIMENTAÇÃO: 1000,00

4 - REAJUSTE SALARIAL 10%

5 - Inclusão da hora de almoço como hora extra.

6 - CRIAÇÃO DE GRUPOS POR EMPRESA: adicione este zap21.999479208 e fique por dentro.

*NOSSA LUTA É POR DIREITOS*
*TODA FORÇA AO TRABALHADOR RODOVIARIO*
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domingo, 27 de abril de 2025

1968: a Greve de Contagem * Carlos Pronzato/RJ

1968 A GREVE DE CONTAGEM

"A cidade de Contagem (MG) vivenciou uma rápida industrialização, influenciada dentre outros fatores por sua localização estratégica e uma rede de transportes que facilitou a instalação de diversas fábricas metalúrgicas. Os trabalhadores, no entanto, viviam em moradias precárias (muitos em ocupações clandestinas), com salários de fome, e uma situação de miséria que só tendia a piorar com a política de arrocho salarial e a inflação que aumentava o custo de vida.

É a partir dessa situação concreta que atuavam as organizações revolucionárias em Contagem (MG). Apesar de uma chapa combativa ter vencido as eleições do sindicato dos metalúrgicos em 1967 esta foi impedida de tomar posse sob a acusação de “infiltração de elementos de esquerda”, e o sindicato sofreu intervenção do Ministério do Trabalho. Apesar das dificuldades, a agitação e organização nos locais de trabalho e moradia, sob formas principalmente clandestinas, não parou.

Como consequência da revolta operária contra as péssimas condições de vida, no dia 16 de Abril de 1968 iniciou em Contagem (MG) o primeiro grande movimento grevista que entrou em choque com a política de arrocho salarial da ditadura civil-militar no Brasil. O movimento iniciou na Companhia Belgo-Mineira e espalhou-se por toda a região industrial paralisando importantes fábricas como Mannesman, RCA Vitor, Demissa e Industam. Esses são seguidos por operários da SIMEL, Metalúrgica Triângulo, Pollig-Haakel, Minas-Ferro e Mafersa, somando 16 mil grevistas em protestos e assembleias diárias. (...)"

*Leia o texto na íntegra:*

1968 A GREVE DE CONTAGEM
ASPUV | Seção Sindical dos Docentes da UFV

Em 2018, completaram-se cinquenta anos da primeira greve operaria durante a ditadura militar (1964 – 1985). Através de depoimentos de historiadores, investigadores e operários que participaram dessa histórica greve na Cidade Industrial de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, o documentário reconstrói este episódio que se prolongou naquele mesmo ano, em julho, na famosa greve de Osasco, em São Paulo, acirrando o confronto com a burguesia no período militar e lançando as sementes do novo sindicalismo que surgiria uma década depois.

sábado, 26 de abril de 2025

CONGRESSO DE SERVIDORES DA EDUCAÇÃO 2025 * Brasil de Fato

CONGRESSO DE SERVIDORES DA EDUCAÇÃO 2025

Congresso de servidores da educação federal em Porto Alegre aprova agenda de lutas
O 4º Conassufrgs reuniu cerca de 200 delegados e delegadas eleitas nos locais de trabalho

Depois de três dias de debates em plenário e nos grupos de trabalho a quarta edição do Congresso da Assufrgs (Conassufrgs), o Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), terminou com diversas recomendações baseadas nas conjunturas nacional e internacional.

O Conassufrgs, que não era realizado desde 2015, reuniu cerca de 200 delegados e delegadas eleitas nos locais de trabalho. Na noite de segunda-feira (14), a abertura contou com debate da conjuntura nacional e internacional. Na terça e quarta-feira, foram pautadas as políticas para a educação Pública, universidades e institutos e a estrutura e políticas sindicais, também foram definidos os rumos políticos da entidade sindical.

Os participantes aprovaram a criação da Coordenação de Diversidade e Combate às Opressões, com a competência de combater o machismo, racismo, sexismo, lgbtfobia, etarismo, capacitismo e demais opressões dentro da comunidade acadêmica e na sociedade, que foi considerado um avanço na luta sindical das Instituições Federais de Ensino (IFE).

Do ponto de vista nacional, o Conassufrgs decidiu se posicionar contra as reformas neoliberais e se colocar em luta contra a extrema direita, radicalizar a batalha contra o fascismo, com mobilização popular contra a anistia e exigindo a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores. Além disso, resolveu travar um combate à lógica neoliberal da financeirização, ao arcabouço fiscal e a defesa do financiamento da universidade pública e dos pisos constitucionais da saúde e da educação.

Os participantes aprovaram ainda que a riqueza nacional seja investida nos direitos sociais com a devida transparência, o fortalecimento da política industrial e o desenvolvimento nacional, a valorização da ciência e o combate ao negacionismo científico e climático. A solidariedade aos povos indígenas e quilombolas, a reforma agrária e defesa da agricultura familiar e a defesa dos direitos humanos também foram aprovadas. Assim como, a defesa do mandato do deputado federal Glauber Braga (Psol/RJ).

Os delegados e delegadas também definiram propostas para a conjuntura internacional, como ser contra qualquer genocídio, priorizar e ampliar convênios de cooperação acadêmica na América Latina, com análise prévia da categoria, lutar pela vedação e rompimento de acordos da Ufrgs, da UFCSPA, do IFRS e demais IFEs com universidades e outras instituições do Estado sionista de Israel, bem como a indústria armamentista ligada ao genocídio palestino. Além de exigir o rompimento imediato das relações do Estado Brasileiro com o estado sionista de Israel.

Abertura do congresso analisou situação do país e do mundo

Na abertura do encontro, a recepção aos delegados e convidados, coube à coordenadora geral da Assufrgs, Maristela Piedade, que falou sobre a responsabilidade de organizar o congresso e o trabalho desempenhado pela entidade no período recente.

“Estamos à frente de uma entidade muito respeitada e aguerrida. Uma entidade que no último período, desde 2019, lutou contra o Future-se e um governo bastante hostil para a educação pública brasileira. Lutamos contra a PEC 32, a reforma administrativa proposta por aquele governo. No ano passado fizemos uma greve de mais de 100 dias, onde nós aqui no Sul ainda enfrentamos um obstáculo enorme, que foi a enchente. Nós aprovamos uma greve solidária e a Assufrgs cumpriu um importante papel social, de solidariedade com o povo gaúcho. Todos nós da categoria estamos de parabéns por aquele trabalho”, afirmou.

A análise de conjuntura internacional ficou a cargo de Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal). Também participaram da mesa Bruno Lima Rocha, jornalista, cientista político e professor de relações internacionais, Samara Martins, vice-presidenta da Unidade Popular (UP), Altamiro Borges, jornalista, membro da coordenação do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé, Lara Rodrigues, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e David Deccache, doutor em Economia pela Universidade de Brasília (UnB), coautor do livro Teoria Monetária Moderna: a chave para uma economia a serviço das pessoas e diretor do Instituto de Finanças Funcionais para o Desenvolvimento, e assessor legislativo na Câmara dos Deputados.

Em sua fala, Rabah fez uma análise do genocídio que vem sendo cometido pelo Estado sionista de Israel contra o povo palestino. Ele lembrou que “os grandes meios de comunicação, pela primeira vez, defendem abertamente o genocídio”. “A matança é gigantesca, por exemplo, hoje são mais de 63 mil pessoas já assassinadas. Em um genocídio tudo é obsceno, mas a matança de crianças é excepcionalmente obscena. 9930 crianças foram mortas em Gaza por milhão de habitantes”, ressaltou, lembrando que durante toda a Segunda Guerra Mundial este número foi de 2813 por milhão.

sexta-feira, 25 de abril de 2025

NOTA À IMPRENSA * Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT)

NOTA À IMPRENSA
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT)
Em defesa do fortalecimento institucional do INSS e da integridade do serviço público
-FREI CHICO-

Diante das graves denúncias de fraudes envolvendo descontos indevidos em benefícios previdenciários de aposentados e pensionistas, e da ampla operação deflagrada nesta quarta-feira (23/04) pela Polícia Federal e pela Controladoria Geral da União (CGU), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT) entende ser imprescindível reafirmar a necessidade urgente de fortalecimento institucional do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) como carreira típica de Estado e essencial.

É importante destacar a necessidade imediata de concurso público para o órgão para redução do déficit existente, que atrapalha o cumprimento do papel institucional do órgão.

A credibilidade da Previdência Social brasileira, que sustenta milhões de vidas e representa um dos pilares do pacto civilizatório construído pela Constituição Federal Cidadã de 1988, exige servidores concursados valorizados, protegidos de ingerências políticas e dotados de autonomia técnica para exercerem suas funções com ética e responsabilidade.

É igualmente fundamental registrar que, diferentemente do que ocorria em gestões anteriores, o atual governo não interferiu, nem direta nem indiretamente, no curso das investigações conduzidas pela CGU e pela Polícia Federal. A apuração teve início de forma autônoma dentro da administração pública e seguiu para a esfera criminal com total respaldo institucional, transparência e respeito à legalidade.

Reafirmamos que nenhum agente público, independentemente de cargo ou filiação partidária, está acima da lei. Afastamentos cautelares, investigações e responsabilizações são partes essenciais do funcionamento democrático e devem ser conduzidos com total rigor, preservando o direito de defesa, mas garantindo a punição exemplar de todos os envolvidos.

O INSS precisa ser protegido dos interesses privados que historicamente se apropriam do Estado para beneficiar esquemas fraudulentos em detrimento dos mais vulneráveis. O caminho é o investimento em pessoal qualificado, fiscalização efetiva, digitalização com controle e transparência pública, e, sobretudo, o respeito à integridade do serviço público.

As fraudes identificadas envolvem descontos indevidos em aposentadorias e pensões realizados por empresas que operavam empréstimos consignados sem autorização dos beneficiários. Trata-se de um ataque direto aos mais vulneráveis. Todos os recursos subtraídos por esses esquemas fraudulentos devem ser integralmente devolvidos às vítimas — os aposentados e pensionistas do INSS.

Seguiremos acompanhando atentamente o desdobramento dos fatos e cobrando que cada centavo desviado seja devolvido aos cofres públicos e às vítimas das fraudes com responsabilização integral de quem atentou contra a confiança da população brasileira.

Brasília, 23 de abril de 2025.

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT)
Rua Caetano Pinto, 575 - CEP 03041-000 - Brás - São Paulo - SP Fone (11) 2108-9156 – 2108-9300 – 2108-9301 – 2108-9216 – 99440.7767 Brasília 61 3322.5060 - Site: www.cntsscut.org.br
E-mails: Sede: diretoria@cntsscut.org.br Subsede; df@cntsscut.org.br
05.05 GREVE NACIONAL DOS MÉDICOS DO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

segunda-feira, 21 de abril de 2025

STF ATACA DIREITOS DOS TRABALHADORES * Rodrigo Carelli/Youtube

Carelli alerta para ameaça de Gilmar Mendes e lamenta: “Governo Federal e sindicatos estão calados”
Carelli alerta para ameaça de Gilmar Mendes e lamenta: “Governo Federal e sindicatos estão calados”
A Suprema Corte escravista contra os trabalhadores no Brasil e a cumplicidade criminosa do governo neoliberal de Luis Inácio e do sindicalismo pelego e gangster, agentes da burguesia.

Retomar o Primeiro de Maio de luta, socialista e antiimperialista! * Trabalhadores de Classe e de Luta/TCL

Retomar o Primeiro de Maio de luta, socialista e antiimperialista!

Ha quase 140 anos do histórico levante proletário em Chicago em 1886, quando os trabalhadores, organizados e municiados por uma profunda consciência de classe e dos seus interesses para si, em brava e heróica batalha contra as forças do capital, tiveram seus históricos mártires assassinados covardemente pelas forças de repressão da burguesia. Da qual daí em diante foi instituído pela Segunda Internacional, o Primeiro de Maio como data mundial do proletariado.

Após quase 140 anos desse combate histórico de nossa classe, nos encontramos num período cuja principal característica seja o avanço da contra-revolução burguesa em praticamente todos os países. Particularmente desde o fim da União Soviética e a queda do Muro de Berlim no crepúsculo do século passado, o capital não sessou uma vasta ofensiva econômica, política e ideológica contra o proletariado e seu programa científico de emancipação histórica: o marxismo.

As ideologias vulgares que pregavam o "fim da história"; o "empreendedorismo"; o identitarismo anti-classista; o politicismo e conciliação com o inimigo de classe; o conformismo e resignação com o presente, marcado pelo "congelamento" histórico, etc., não passam de artimanhas estratégicas e táticas da burguesia mundial e seus meios de propagação de mentiras e irracionalismo, visando arrefecer a fé dos trabalhadores no socialismo e na sua própria emancipação dos grilhões da sociedade de classes.

Em compasso com os ataques econômicos e sociais contra as conquistas históricas que o proletariado arrancou da burguesia no último século de duras batalhas, vemos uma verdadeira ofensiva ideológica e cultural por parte do imperialismo, visando um vasto entorpecimento de seu antagonista histórico para assim, quebrar suas perspectivas revolucionárias como forma de garantir a perenidade e sobrevida do regime capitalista em sua fase senil, marcada por crises cada vez mais recorrentes e de grande duração, ameaçando mesmo a própria humanidade.
Em todo o mundo governado pelo modo de produção capitalista, temos visto o desmonte dos mecanismos de proteção dos trabalhadores. Os direitos trabalhistas e o chamado "Estado de bem estar social" (onde existiu) tem sido radicalmente suprimidos; o nível econômico e social das classes trabalhadoras em todo o mundo não param de cair.

Na verdade entramos na era da superexploração do trabalho como um fenômeno mundial. As seguidas revoluções tecnológicas e informacional criou uma massa crônica de desempregados e seres humanos "supérfluos" pela ótica do capital e que não podem mais serem inseridos produtivamente no mundo das mercadorias cada vez mais mercantilizado e fetichizado. Para essa massa humana "sobrante"--um verdadeiro exército de reserva utilizado para aviltar os salários e condições de trabalho dos que ainda labutam--a "saída" burguesa é cada vez mais a repressão e extermínio malthuziano.

Nessa esteira, a chamada "composição orgânica do capital" como bem o conceituou Karl Marx, atua como um verdadeiro pêndulo contra a taxa de lucros do capital, obrigando seus servidores (a burguesia e seus agentes, sim, servidores de sua criatura) a recorrerem a um padrão de reprodução do capitalismo mundial francamente destrutivo, selvagem e incontrolável, que põe mesmo como horizonte a destruição da civilização como a conhecemos.

As guerras e o capital: uma relação de mão dupla

Com o alastrar da decadência capitalista, o recrudescimento das guerras de baixa e alta intensidade, tornaram-se algo corriqueiro, mesmo banal.

Neste século atual por exemplo, tivemos as guerras de tipo neocolonial por parte do imperialismo contra o Afeganistão, Iraque, Haiti, Líbia, Síria, Ucrânia (guerra por procuração do imperialismo ianque contra a Rússia), Iêmen, Palestina, etc. Também os golpes de Estado de novo tipo pela vida das revoluções coloridas e guerras híbridas, tem se tornado constantes e diversos países já foram ou estão sendo vítimas dessa forma de ataque encoberto, por parte das forças imperialistas e seus fantoches.

A instabilidade política promovida pela CIA contra governos populares e/ou nacionalistas também é algo que avança nessa época marcada pela crise geral do capitalismo, que exige de forma imperiosa ao grande capital, colonizar e impor sua agenda destrutiva em todo o mundo: diante de sua fase senil, o Globo terrestre já se tornou demasiado pequeno para o capital e seu caráter ontológico expansionista.

Daí a necessidade cada vez mais premente por parte do grande capital em controlar com mãos de ferro as fontes energéticas, de matéria prima, os mercados e o assalto aos Estados nacionais. Uma nova redivisão do mundo e da divisão mundial do trabalho, está em andamento; em tal movimento tectonico, o que o grande capital imperialista impõe aos povos da periferia capitalista é uma ainda maior subalternidade, agravando sua crônica relação de dependência e subdesenvolvimento.

Em suma, o preço pago pela humanidade com a perenidade até o presente do modo de produção capitalista tem sido alto demais. O próprio desenvolvimento histórico e das forças produtivas internacionalmente já estabeleceram as condições objetivas necessárias para a superação do regime burguês e para a construção do socialismo.

Os trabalhadores e os povos oprimidos resistem

O proletariado mundial embora ainda confuso, disperso e cambaleante diante da atual correlação desfavorável, resiste como pode. Vimos desde a última década importantes movimentos de luta dos trabalhadores em diversos países, sobretudo em nossa América latina. Os trabalhadores venezuelanos, bolivianos, equatorianos, chilenos, peruanos, haitianos e colombianos por exemplo, tem protagonizado ou protagonizaram nos últimos anos, importantes e heróicas lutas contra as forças da extrema direita, das tentativas golpistas e do imperialismo em seus países.

O povo palestino tem dado lições históricas a seus irmãos trabalhadores do mundo, através de sua gigantesca resistência armada contra os genocidas sionistas que comandam o facínora Estado de Israel e seus patrões imperialistas da Casa Branca. Embora o gigantesco tributo pago com o sangue sagrado de seus mártires, a resistência militar palestina impõe duríssimo revés ao sionismo, causando mesmo a desmoralização histórica mundial do Estado sionista e uma crise existencial de Israel.

Na África negra, seu valente povo derrotou o colonialismo francês, causando uma séria desmoralização e crise política profunda no interior dessa pátria imperialista decadente.
Os exemplos de brava resistência dos povos trabalhadores iemanita e haitiano, que nas mais desfavoráveis condições resistem e lutam bravamente contra seus exploradores e opressores internos e o imperialismo, deixa valiosa lição para o proletariado mundial.

Fortalecer um pólo revolucionario e antiimperialista internacional

A condição mais essencial do momento, é estabelecer uma frente internacional de lutas dos trabalhadores contra as forças do imperialismo. O atual período histórico se caracteriza pela ofensiva da burguesia e pela contra-revolução no mundo.
É imprescindível para as organizações de vanguarda dos explorados ter bem claro as forças que se batem, a correlação entre as classes antagônicas, para daí tirar as conclusões estratégicas e táticas do atual período. Uma das principais constatações a se considerar no momento é o fato de que as forças revolucionárias e de vanguarda da classe se encontrarem numa grave situação de fragmentação, divisão e sem protagonismo no interior das massas. E isso em todo o mundo.
Fortalecer as organizações dirigentes no interior de cada país é paço essencial para a retomada de uma agenda revolucionária e socialista que volte a hegemonizar as parcelas mais esclarecidas dos trabalhadores. Por outro lado, fortalecer um bloco revolucionário e antiimperialista internacional é sem dúvida uma das tarefas mais importantes do momento.

Em sua fase de deslocamento permanente pelo mundo, o capital cada vez mais internacionalizado põem na defensiva qualquer estratégia ou tática puramente nacional dos trabalhadores. Daí ser imprescindível mais do nunca, organizar o combate internacional sistemático contra a burguesia, que tem no imperialismo seu chefe de fila no mundo.

Portanto, fortalecer uma frente internacional antiimperialista deve ser no momento uma das questões táticas centrais do proletariado mundial e seus aliados.

O grave impasse em que vive a humanidade, deixa bem claro que o capitalismo entrou em uma fase de potencial destrutivo sem precedentes. As saídas reformistas que buscam reformar ou mesmo humanizar o regime do capital, estão barradas. A contra-revolução neoliberal, a atual escalada de guerras e golpes de Estado em todo o mundo, são as provas dessa verdade histórica. A revolução socialista é neste caso não só de uma atualidade indiscutível, como também, e mais importante, a garantia de sobrevivência da própria humanidade.
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