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sexta-feira, 11 de julho de 2025

É LUTA DE CLASSES, SIM, SEMPRE FOI * Adão Alves dos Santos/SP

É LUTA DE CLASSES, SIM, SEMPRE FOI

As más línguas, muito provavelmente diriam, (as lutas de classes no Brasil, no exato momento em que um indígena, "ops, estas más línguas, certamente diriam um índio, já que e existência deste povo elas reconhecem", foi obrigado a carregar uma tora de pau-brasil, para o porão de uma nau lusitana). Isto diria uma má língua, já que alguém de boa índole, saberia que o tratado de Tordesilhas, já indicava a existência do Brasil, que começou a ser explorado, nos conflitos impostos pelo fechamento da rota das especiarias no oriente médio, fazendo com que a busca por uma nova rota, viesse a fazer com que fosse imperativo a invasão da nossa eterna Pindorama, que teve por consequência, a imposição que o indígena de carregar tal tora, que é claro, não foi só uma, nem se limitou aos anos da invasão.

As tais lutas de classes, teoricamente ignoradas pelo "andar de cima", que neste "teoricamente", tem como premissa, que não chamemos de luta de classe, as explorações, contra nós desencadeadas.

Passados os cinco séc, com tal exploração, nunca diminuindo, tendo inclusive, sido impedido, utilizássemos a expressão "proletário". A luta de classe existe até nisso.

Assim como lá, na idade média, a igreja pseudamente-cristã, está por trás das explorações. Aquela igreja pseudamente-cristã, que fazia uso da inquisição, para subjulgar quem, até por não ter origem cultural no lado cristão do mundo, logo, não professava a fé cristã, mas, isto, é claro não importava a esta igreja pseudamente-cristã.

Chegamos finalmente a este séc XXI, ao atual congresso, muito provavelmente, o pior congresso de nossa história, eleito graças, a uma intensa movimentação dos setores retrógrados destas igreja pseudamente-cristã.

Enquanto o andar de cima, tripudia sobre os andares de baixo, "pagando pouco, impondo regras trabalhistas rígidas, que nunca permitiram muita coisa". Inclusive, o descanso semanal, muitas impedido de ser aos finais de semana. O fim da semana "6X1", é pauta da tal luta de classe, lutar por isto, é visto como luta de classe, já negar, um direito histórico do patronato.

Este item, apenas um, fazer com que os ricos paguem impostos, que eles abram mão de isenções fiscais, é um crime para muito além do imaginável.

Estes dois itens, só existem pelas manipulações políticas que simplesmente apagam a identidade de classe, por parte dos excluídos, que em virtude deste apagamento, acabam por votar maciçamente nas classes dominantes.

Quando um pobre, pela alienação, é levado a votar no patronato, não é luta de classe, mas, quando os pobres se libertam da alienação, aí, justamente aí, começa a luta de classe.

Primeiro, a luta de classe, sempre existiu, mesmo quando para a "mérdia corporativa, faz questão de afirmar não existir.

Adão Alves dos Santos/SP
UNIDOS PODEMOS TUDO

sábado, 22 de junho de 2024

PETROLEIROS DE CLASSE E DE LUTA * Jornal dos Trabalhadores/JT

 PETROLEIROS DE CLASSE E DE LUTA

 *Essa luta é de todos nós!*

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*Primeiro dia do acampamento petroleiro para a retomada dos direitos dos ativos, aposentados e pensionistas participantes da Petros e arrancar uma solução para problema dos equacionamentos*.

O Litoral Paulista conta com 31 pessoas acampadas, entre petroleiros ativos, aposentados e diretores. Além disso, a mobilização conta com petroleiros de Minas Gerais, Campos, São Paulo e Manaus.

A luta teve hora para começar, mas não tem hora para acabar! Portanto, participe e contribua para o sucesso dessa empreitada!

*Clique no vídeo e veja o recado do secretário geral da FNP e diretor do LP, Adaedson Costa.*
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sábado, 25 de maio de 2024

RODOVIÁRIOS BAIANOS MARCHAM PARA A GREVE * Jobson Barbosa.BA

RODOVIÁRIOS BAIANOS MARCHAM PARA A GREVE

Após várias rodadas de negociação, os patrões continuam intransigentes e se recusam a conceder um aumento digno para a categoria rodoviária.

ASSEMBLEIA

Se houver uma greve a culpa não é da categoria, como afirma o poder concedente, mas dos empresários que não estão abertos à negociação.

Os empresários estão com a tática mesquinha de fomentar uma paralisação, pois dessa forma eles podem induzir a justiça a retirar nossos direitos, conquistados depois de tanta luta e suor dessa categoria sofrida.

Por isso, companheiros, façam esse vídeo circular por todas as redes sociais e ajudem a divulgar toda a verdade envolvida nas negociações da campanha salarial dos rodoviários neste ano de 2024.

Jobson Barbosa.BA
Dirigente sindical
Vídeo:Jornal da Band

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Retomar o Primeiro de Maio de luta, socialista e antiimperialista! * Movimento Brasil Operário/MBO

Retomar o Primeiro de Maio de luta, socialista e antiimperialista!

 Há quase 140 anos do histórico levante proletário em Chicago em 1886, quando os trabalhadores, organizados e municiados por uma profunda consciência de classe e dos seus interesses para si, em brava e heróica batalha contra as forças do capital, tiveram seus históricos mártires assassinados covardemente pelas forças de repressão da burguesia. Da qual daí em diante foi instituído pela Segunda Internacional, o Primeiro de Maio como data mundial do proletariado.

Após quase 140 anos desse combate histórico de nossa classe, nos encontramos num período cuja principal característica seja o avanço da contra-revolução burguesa em praticamente todos os países. Particularmente desde o fim da União Soviética e a queda do Muro de Berlim no crepúsculo do século passado, o capital não sessou uma vasta ofensiva econômica, política e ideológica contra o proletariado e seu programa científico de emancipação histórica: o marxismo.

As ideologias vulgares que pregavam o "fim da história"; o "empreendedorismo"; o identitarismo anti-classista; o politicismo e conciliação com o inimigo de classe; o conformismo e resignação com o presente, marcado pelo "congelamento" histórico, etc., não passam de artimanhas estratégicas e táticas da burguesia mundial e seus meios de propagação de mentiras e irracionalismo, visando arrefecer a fé dos trabalhadores no socialismo e na sua própria emancipação dos grilhões da sociedade de classes.

Em compasso com os ataques econômicos e sociais contra as conquistas históricas que o proletariado arrancou da burguesia no último século de duras batalhas, vemos uma verdadeira ofensiva ideológica e cultural por parte do imperialismo, visando um vasto entorpecimento de seu antagonista histórico para assim, quebrar suas perspectivas revolucionárias como forma de garantir a perenidade e sobrevida do regime capitalista em sua fase senil, marcada por crises cada vez mais recorrentes e de grande duração, ameaçando mesmo a própria humanidade.
Em todo o mundo governado pelo modo de produção capitalista, temos visto o desmonte dos mecanismos de proteção dos trabalhadores. Os direitos trabalhistas e o chamado "Estado de bem estar social" (onde existiu) tem sido radicalmente suprimidos; o nível econômico e social das classes trabalhadoras em todo o mundo não param de cair.

Na verdade entramos na era da superexploração do trabalho como um fenômeno mundial. As seguidas revoluções tecnológicas e informacional criou uma massa crônica de desempregados e seres humanos "supérfluos" pela ótica do capital e que não podem mais serem inseridos produtivamente no mundo das mercadorias cada vez mais mercantilizado e fetichizado. Para essa massa humana "sobrante"--um verdadeiro exército de reserva utilizado para aviltar os salários e condições de trabalho dos que ainda labutam--a "saída" burguesa é cada vez mais a repressão e extermínio malthuziano.

Nessa esteira, a chamada "composição orgânica do capital" como bem o conceituou Karl Marx, atua como um verdadeiro pêndulo contra a taxa de lucros do capital, obrigando seus servidores (a burguesia e seus agentes, sim, servidores de sua criatura) a recorrerem a um padrão de reprodução do capitalismo mundial francamente destrutivo, selvagem e incontrolável, que põe mesmo como horizonte a destruição da civilização como a conhecemos.

As guerras e o capital: uma relação de mão dupla

Com o alastrar da decadência capitalista, o recrudescimento das guerras de baixa e alta intensidade, tornaram-se algo corriqueiro, mesmo banal.

Neste século atual por exemplo, tivemos as guerras de tipo neocolonial por parte do imperialismo contra o Afeganistão, Iraque, Haiti, Líbia, Síria, Ucrânia (guerra por procuração do imperialismo ianque contra a Rússia), Iêmen, Palestina, etc. Também os golpes de Estado de novo tipo pela vida das revoluções coloridas e guerras híbridas, tem se tornado constantes e diversos países já foram ou estão sendo vítimas dessa forma de ataque encoberto, por parte das forças imperialistas e seus fantoches.

A instabilidade política promovida pela CIA contra governos populares e/ou nacionalistas também é algo que avança nessa época marcada pela crise geral do capitalismo, que exige de forma imperiosa ao grande capital, colonizar e impor sua agenda destrutiva em todo o mundo: diante de sua fase senil, o Globo terrestre já se tornou demasiado pequeno para o capital e seu caráter ontológico expansionista.

Daí a necessidade cada vez mais premente por parte do grande capital em controlar com mãos de ferro as fontes energéticas, de matéria prima, os mercados e o assalto aos Estados nacionais. Uma nova redivisão do mundo e da divisão mundial do trabalho, está em andamento; em tal movimento tectonico, o que o grande capital imperialista impõe aos povos da periferia capitalista é uma ainda maior subalternidade, agravando sua crônica relação de dependência e subdesenvolvimento.

Em suma, o preço pago pela humanidade com a perenidade até o presente do modo de produção capitalista tem sido alto demais. O próprio desenvolvimento histórico e das forças produtivas internacionalmente já estabeleceram as condições objetivas necessárias para a superação do regime burguês e para a construção do socialismo.

Os trabalhadores e os povos oprimidos resistem

O proletariado mundial embora ainda confuso, disperso e cambaleante diante da atual correlação desfavorável, resiste como pode. Vimos desde a última década importantes movimentos de luta dos trabalhadores em diversos países, sobretudo em nossa América latina. Os trabalhadores venezuelanos, bolivianos, equatorianos, chilenos, peruanos, haitianos e colombianos por exemplo, tem protagonizado ou protagonizaram nos últimos anos, importantes e heróicas lutas contra as forças da extrema direita, das tentativas golpistas e do imperialismo em seus países.

O povo palestino tem dado lições históricas a seus irmãos trabalhadores do mundo, através de sua gigantesca resistência armada contra os genocidas sionistas que comandam o facínora Estado de Israel e seus patrões imperialistas da Casa Branca. Embora o gigantesco tributo pago com o sangue sagrado de seus mártires, a resistência militar palestina impõe duríssimo revés ao sionismo, causando mesmo a desmoralização histórica mundial do Estado sionista e uma crise existencial de Israel.

Na África negra, seu valente povo derrotou o colonialismo francês, causando uma séria desmoralização e crise política profunda no interior dessa pátria imperialista decadente.
Os exemplos de brava resistência dos povos trabalhadores iemanita e haitiano, que nas mais desfavoráveis condições resistem e lutam bravamente contra seus exploradores e opressores internos e o imperialismo, deixa valiosa lição para o proletariado mundial.

Fortalecer um pólo revolucionario e antiimperialista internacional

A condição mais essencial do momento, é estabelecer uma frente internacional de lutas dos trabalhadores contra as forças do imperialismo. O atual período histórico se caracteriza pela ofensiva da burguesia e pela contra-revolução no mundo.
É imprescindível para as organizações de vanguarda dos explorados ter bem claro as forças que se batem, a correlação entre as classes antagônicas, para daí tirar as conclusões estratégicas e táticas do atual período. Uma das principais constatações a se considerar no momento é o fato de que as forças revolucionárias e de vanguarda da classe se encontrarem numa grave situação de fragmentação, divisão e sem protagonismo no interior das massas. E isso em todo o mundo.
Fortalecer as organizações dirigentes no interior de cada país é passo essencial para a retomada de uma agenda revolucionária e socialista que volte a hegemonizar as parcelas mais esclarecidas dos trabalhadores. Por outro lado, fortalecer um bloco revolucionário e antiimperialista internacional é sem dúvida uma das tarefas mais importantes do momento.

Em sua fase de deslocamento permante pelo mundo, o capital cada vez mais internacionalizado põem na defensiva qualquer estratégia ou tática puramente nacional dos trabalhadores. Daí ser imprescindível mais do nunca, organizar o combate internacional sistemático contra a burguesia, que tem no imperialismo seu chefe de fila no mundo.

Portanto, fortalecer uma frente internacional antiimperialista deve ser no momento uma das questões táticas centrais do proletariado mundial e seus aliados.

O grave impasse em que vive a humanidade, deixa bem claro que o capitalismo entrou em uma fase de potêncial destrutivo sem precedentes. As saídas reformistas que buscam reformar ou mesmo humanizar o regime do capital, estão barradas. A contra-revolução neoliberal, a atual escalada de guerras e golpes de Estado em todo o mundo, são as provas dessa verdade histórica. A revolução socialista é neste caso não só de uma atualidade indiscutível, como também, e mais importante, a garantia de sobrevivência da própria humanidade.

FRENTE REVOLUCIONÁRIA DOS TRABALHADORES/FRT

sábado, 20 de janeiro de 2024

TODO APOIO À GREVE GERAL DOS TRABALHADORES ARGENTINOS * JORNAL DOS TRABALHADORES/BR

TODO APOIO À GREVE GERAL DOS TRABALHADORES ARGENTINOS
&
CBST
FORA MILEI E O FMI

O secretário-geral da Associação dos Trabalhadores do Estado (ATE) da Argentina, Rodolfo Aguiar, confirmou nesta sexta (20) a participação daquela organização na greve geral e mobilização marcada para o dia 24 deste mês.

GREVE GERAL FORA MILEI
MILEI BASURA! VOCÊ É A DITADURA!!

Em declarações à Rádio El Destape, Aguiar afirmou que a ATE fará parte destas ações contra as medidas do Presidente Javier Milei, apesar das tentativas do Governo de desmobilizar os cidadãos.

Ontem à noite, a referida entidade foi convocada para negociações conjuntas no Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social, nesta capital.

Se a convocação dessa reunião for uma estratégia para levantarmos a greve, alertamos que isso não acontecerá. São muitas as reclamações que temos. Ratificamos que nos mobilizaremos em massa, disse o dirigente sindical.

As razões que nos levam aos protestos são muito mais amplas e abrangem mais do que simplesmente a questão salarial, acrescentou.

Na próxima quarta-feira, membros de organizações sociais, sindicais e políticas manifestarão a sua rejeição a um plano de ajustamento, a um protocolo contra manifestações, a um decreto de necessidade e urgência e a um pacote de leis apresentado pelo Governo.

Estas duas últimas iniciativas envolvem a eliminação ou reforma de mais de 300 regulamentos e a declaração do estado de emergência com a atribuição de poderes legislativos ao Executivo até 2025, com possibilidade de prorrogação por dois anos.
Não aceitamos como inconstitucional o protocolo anti-piquetes da ministra da Segurança Patrícia Bullrich, nem aceitamos as multas que ela quer que paguemos ou as ameaças de descontos no dia da greve, afirmou Aguiar.

domingo, 3 de setembro de 2023

Possível greve histórica na indústria automobilística dos EUA * PLR América Latina

Possível greve histórica na indústria automobilística dos EUA!
PLR América Latina

Setembro poderá trazer uma reviravolta dramática para a indústria automóvel dos EUA, uma vez que cerca de 150.000 trabalhadores do sector automóvel estão prestes a deixar os seus empregos enquanto negociam um novo contrato com grandes fabricantes de automóveis. Este contrato inclui aumentos salariais significativos e melhores benefícios.
A crise não discrimina

Num mundo onde a crise económica não faz distinção entre nações, a situação é urgente. A luta por melhores condições de trabalho e salários justos não se limita a uma suposta divisão entre o “primeiro” e o “segundo” mundo. Os trabalhadores nos Estados Unidos enfrentam desafios semelhantes aos dos seus pares em todo o mundo, mostrando que a pressão económica não conhece fronteiras.

A actual crise global não é uma situação passageira, efémera como uma brisa primaveril. Neste momento, o imperialismo, particularmente o imperialismo dos EUA, juntamente com os seus homólogos na União Europeia, enfrenta um problema sistémico tão profundamente enraizado que nenhum tratamento parece capaz de erradicá-lo. As próprias leis fundamentais do capitalismo estão a ser tensas a tal ponto que não há uma solução clara para a crise que elas próprias geraram através das suas acções.

Democracia e seu efeito real

Embora alguns procurem mudar o cenário político brincando de democracia, é fundamental questionar se estas mudanças realmente melhoram a vida das pessoas. Mudar os líderes sem abordar as questões sistémicas subjacentes pode resultar numa mera rotação de rostos no poder, sem qualquer impacto real na situação das comunidades. As verdadeiras melhorias exigem mais do que apenas uma mudança superficial na estrutura de governação.

Com os actuais contratos a expirar em 14 de Setembro, esta iminente acção laboral poderá tornar-se a maior greve que a indústria automóvel americana já viu em pelo menos meio século. O resultado destas negociações não terá apenas impacto sobre os trabalhadores e os fabricantes, mas também repercutirá em toda a economia dos EUA.
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Greve nos EUA: funcionários da GM, Ford e Stellantis têm apoio do sindicato Os trabalhadores das fábricas reivindicam melhores salários, além de benefícios e direitos mais justos em relação ao lucro ... - Leia mais em https://autopapo.uol.com.br/curta/greve-gm-ford-stellantis-eua/

O sindicato United Auto Workers (UAW) aprovou a greve dos cerca de 150 mil trabalhadores das Big Three (Três Grandes) sediadas em Detroit, nos Estados Unidos da América. Essas gigantes mundiais também... - Leia mais em https://autopapo.uol.com.br/curta/greve-gm-ford-stellantis-eua/

Os objetivos desta greve nos Estados Unidos tem como ponto principal a reivindicação de melhores salários. Além disso, o sindicato insiste na redução da jornada de trabalho de 40h para 32h semanais, n... - Leia mais em https://autopapo.uol.com.br/curta/greve-gm-ford-stellantis-eua/
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quinta-feira, 31 de agosto de 2023

LULA FORÇA GREVE DOS SERVIDORES FEDERAIS * Movimento Brasil Operário-MBO

LULA FORÇA GREVE DOS SERVIDORES FEDERAIS
Indignação, revolta, insatisfação generalizada, é o resultado da reunião dos servidores federais com a "Mesa de Negociação". Isso demonstra o emaranhado de conchavos que o "governo lula/alckmin" representa. Sua submissão ao capital aliada à farsa de pacificação e reconstrução nacional se desmascaram a cada dia. A frieza e indiferença ante as reivindicações apresentadas pelos trabalhadores do serviço publico federal é de dar calafrios. Os olhares gelados e as respostas lacônicas fariam Hitchcock se arrepiar.
Ninguém desconhece a situação politica e econômica do mundo atual, de queda de lucros e insegurança nos investimentos, geradas basicamente pela beligerância imperialista, promovendo guerras e instabilidades aonde os seus negócios vão de mal a pior. Também conhecemos bem sua sanha pelo alheio, afanando as riquezas nacionais aonde bem entender. Haja visto o assalto à PRETROBRAS e tantas estatais brasileiras, desde sempre, mormente do GOLPE 2016 até agora. É sabida a sua preferência e promoção de regimes fascistas e genocidas, sobretudo na América Latina, aonde o Brasil foi alvo de um governo genocida "bozonazifscista" por quatro doloridos anos. Ainda é muito cedo para comemorarmos a vitória nas eleições de 2022 sob o lema de DESNZIFICAÇÃO DO BARSIL, até por que o resultado parlamentar não inspira tranquilidade. O "trumpazo" do 8 de janeiro bem o registra. Mas o combate foi árduo, diga-se de passagem, para ambos os lados.
No entanto, o andamento da gestão lula/alckmin causa preocupação. O arrazoado de concessões ao capital, com compra de apoio parlamentar e maracutaias ministeriais, são de tirar o sono. E a cada dia isso se eleva, com o chefe do executivo fazendo um papel de pseudo-porta-voz do governo que deveria ser seu. Andam resmungando pelas alcovas que o "lula não governa". Isso nos leva a crer que o embate contra o "bozonazifascismo" nas urnas e nas ruas se esvaneceu. Parece que virou lenda urbana ou episódio da "ILHA DA FANTASIA'. Daí se depreende que precisamos relembrar-lhe que tem uma dívida conosco. Afinal, os trabalhadores em geral, e os servidores públicos em especial, entre os quais os federais, estão amargando perdas salariais sucessivas, que remontam aos tempos 'sarney-fhc". Portanto, é inconcebível uma proposta de "...até 1%..." Isso soa mais a uma ofensa do que a algo oriundo de um governo eleito sob expressiva participação popular.

Disso tudo entendemos apenas uma coisa: irmos à luta irremediavelmente. A greve é só uma questão de tempo. Mas lembre-se, depois não diga que não NEGOCIAMOS. 

"SÓ A LUTA GARANTE O DIREITO!"
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terça-feira, 6 de junho de 2023

Movimento Trabalhadores Sem Direitos * Jornal dos Trabalhadores

MOVIMENTO TRABALHADORES SEM DIREITOS
MTSD

Gilvania Gonçalves – Coordenadora Estadual do Trabalhadores Sem Direitos (SP)
André Camelô – Militante do Trabalhadores Sem Direitos (MG)
Edvaldo Gomes – Coordenador Estadual do Trabalhadores Sem Direitos (PE)
Belloto Marcos - Coordenador Estadual do Trabalhadores Sem Direitos (PE)
Raphael Sebba – Militante do Trabalhadores Sem Direitos (DF)
Gloria Nil - Coordenadora Estadual do Trabalhadores Sem Direitos (SP)


Apoie o Canal - Pix: afonsojrf@gmail.com
Playlist - Direitos Humanos e História
Trabalhadores Sem Direito: surge novo movimento social
Intercept - Bloqueio depois da morte -
DEBATE- GIG - A uberização do trabalho + Carlos Juliano Barros
Christian Laval: A racionalidade neoliberal [dublado]
O trabalho na era digital
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sexta-feira, 3 de março de 2023

8º Congresso Nacional - 15 abril 2023 * Central Sindical UST

8º Congresso Nacional - 15 abril 2023

Central Sindical UST

O 8º Congresso, que será realizada em 15 de abril de 2023, na Assembleia Legislativa de São Paulo, às 9 horas, vai debater com à classe trabalhadora e a toda a sociedade propostas de geração de empregos de qualidade, aumento dos salários, proteção dos direitos trabalhistas, combate às desigualdades, proteções sociais e previdenciárias, a defesa da democracia, da soberania e da vida.

Apesar de pequena, a Central Sindical UST permanece sendo um importante polo de independência da classe trabalhadora. Construí-la e participar dos fóruns e debates nacionais é tarefa importante da luta sindical.

Sem sindicalismo livre e independente não haverá democracia.

Carlos Borges

Presidente Nacional

Central Sindical UST - União Sindical dos Trabalhadores convoca trabalhadores e trabalhadoras de todo o Brasil para o 8º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Emprego, Direitos, Democracia e Vida).

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Aos camaradas sindicalistas * Juan Carlos Valdez - VE

Aos camaradas sindicalistas
Juan Carlos Valdez

Me dirijo a vocês, camaradas sindicalistas, porque vocês são os maiores defensores da classe trabalhadora; Porque nesta fase da guerra que estamos enfrentando, onde a renda dos trabalhadores é o principal alvo do inimigo, cabe a vocês trabalhar na construção de uma proposta que ao menos neutralize o ataque à renda dos trabalhadores.

Embora possa haver desconhecimento da questão econômica dentro da direção sindical, é claro que as políticas de proteção salarial implementadas até agora não surtiram efeito. É hora de construir outras políticas, buscar alternativas, ouvir outras propostas. Você não pode continuar fazendo a mesma coisa e fingir ter resultados diferentes.

O ataque à nossa economia é inquestionável, pois é inquestionável o bloqueio financeiro e comercial perpetrado pelo governo dos Estados Unidos da América. Eles se gabam de suas agressões contra a Venezuela e nós, para nos referirmos a essas agressões, usamos o eufemismo: "Medidas coercitivas unilaterais"; enquanto apontam para ditadura, governo de drogas e qualquer número de epítetos que qualquer um entenda serem pejorativos.

Também é inquestionável o esforço de nosso governo para enfrentar este ataque cujo principal objetivo é a deterioração da vida cotidiana da população venezuelana. Esse é um princípio básico das guerras: corte ou bloqueie os suprimentos de seu inimigo, pois, como disse Napoleão Bonaparte, os exércitos marcham sobre o estômago.

Mas há uma arma que nosso inimigo tem usado, que tem sido a mais eficaz, porque não pode ser eliminada no curto prazo: é a manipulação da taxa de câmbio Dólar-Bolívar. Sua eficácia é baseada em três fatores:

Páginas paralelas em dólar. Este é um fator psicológico; conseguiram converter as páginas que publicam o valor do dólar paralelo na referência de preços de mercado; mesmo quando a soma das transações supostamente realizadas nessas páginas não chega a 1% das transações no mercado de câmbio nacional. Ou seja, não são representativos do mercado.

Somos um país com uma dependência muito alta de importações. Essa é a nossa maior fraqueza, e a mudança que supõe o nosso próprio desenvolvimento tecnológico, que promove o desenvolvimento das forças produtivas de tal forma que os níveis de dependência de elementos externos são tão baixos que, dispensando-os, nossa economia não será substancialmente afetado. . Isso supõe também uma transformação do nosso sistema educacional, para que a ciência esteja a serviço dos planos do país. Isso é de longo prazo.

A dependência das importações obriga-nos a recorrer à moeda mais utilizada no mercado internacional: o dólar americano. Uma moeda que não é feita pelo nosso governo (ao contrário do Bolívar) e que é utilizada em mais de 80% das transações internacionais. Em outras palavras, se nos afastarmos do dólar americano neste momento, isso reduziria substancialmente as chances de atender às nossas necessidades de importação. A perda da hegemonia do dólar no mercado internacional está em processo, mas é de longo prazo.

Esses fatores são decisivos para entender a eficácia do ataque ao sistema nacional de preços e à renda dos trabalhadores, a partir da manipulação cambial que se realiza a partir das páginas do dólar paralelo.

Certamente quando desenvolvermos nossas forças produtivas e produzirmos aqui quase tudo que hoje se importa, mas também quando o uso do dólar como moeda de troca internacional cair a ponto de não precisarmos mais dele para adquirir bens ou serviços para a produção interna do nosso país, então a manipulação da taxa de câmbio dólar-Bolívar não afetará o sistema interno de preços.

A revolução depende de nós vencermos as eleições permanentemente para lhe dar continuidade. O fator que mais afeta o ânimo eleitoral do povo QUE APOIA A REVOLUÇÃO é a situação de seu PODER DE COMPRA.}

Fizemos uma proposta que visa NEUTRALIZAR OS EFEITOS DA MANIPULAÇÃO CÂMBIO, PROTEGENDO O PODER DE COMPRA DOS TRABALHADORES (INICIALMENTE DOS SETOR PÚBLICO E PENSIONISTAS) e ressincronizando toda a economia no curto prazo. É uma medida de proteção temporária, enquanto continuamos avançando no desenvolvimento das forças produtivas (Putin acaba de anunciá-la para a Rússia, para proteger seu povo das sanções dos Estados Unidos).

No entanto, apesar de termos estudado profundamente o problema e a pertinência da solução que propomos, não estamos presos a essa solução. Estamos convencidos de que, em um debate dialético, sem posições imóveis, nem atitudes arrogantes e arrogantes, poderemos encontrar uma solução para este enorme problema que põe em risco a continuidade do avanço da Revolução Bolivariana.

Vocês, camaradas sindicalistas, desempenham um papel crucial neste momento.

Convoquem todos os fatores revolucionários que tenham propostas para resolver a curto prazo o problema da queda do poder aquisitivo dos trabalhadores e se tornem o epicentro desse debate, para que finalmente sejam vocês mesmos que apresentem uma proposta alternativa e viável ao nosso governo. Como forma de ajudar.
...

domingo, 4 de dezembro de 2022

EDUCAÇÃO CHAMA EDUARDO PAES ÀS FALAS / SEPERJ.RJ

EDUCAÇÃO CHAMA EDUARDO PAES ÀS FALAS




Os profissionais da rede municipal do Rio de Janeiro realizaram assembleia geral, dia 29 de novembro, no auditório do Sepe (formato híbrido). Na plenária, a categoria aprovou atos em defesa do reajuste salarial: uma panfletagem na prefeitura, dia 7, e um ato no Palácio da Cidade, sede da prefeitura em Botafogo, no dia 12. Veja o calendário de atividades, com o objetivo de pressionar o prefeito Eduardo Paes a conceder reajuste salarial para o funcionalismo, após mais de três anos de congelamento:

06/12 (terça): Audiência Pública sobre Funcionárias(os) na Câmara, às 10h;

  • 07/12 (quarta), às 11h: Panfletagem na prefeitura, no portão do CASS para o Metrô Estácio, com a participação do MUDSPM;
  •  
  • 07/12 (quarta): Ida ao Ministério Público (MP) para registrar uma ação do Sepe sobre os temas aprovados;
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  • 12/12 (segunda), 15h às 18h: Ato no Palácio da Cidade em Botafogo (Rua São Clemente).
  •  
  • 13, 14 e 15/12 (terça, quarta e quinta-feiras), às 14h: Plantão da direção do Sepe Central e Regionais na Câmara Municipal para acompanhar votação da PLOA 2023 (Projeto de Lei Orçamentária Anual);
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  • 11/02/2023(sábado) às 09h: Assembleia da Rede Municipal.

A assembleia decidiu, também, aumentar a pressão nas redes sociais, com feituras de vídeos, cartazes e faixas denunciando os quase quatro anos sem reajuste do salário e do vale alimentação. Também foi decidido fazer uma denúncia no Ministério Público (MP) sobre o fechamento de berçários/maternais e aumento dos convênios com creches privadas, turno único e reestruturação e falta de funcionários.

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

PISO SALARIAL SUSPENSO MAS A LUTA CONTINUA * JORGE LUIZ SOUTO MAIOR / USP-SP

PISO SALARIAL SUSPENSO MAS A LUTA CONTINUA
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Por JORGE LUIZ SOUTO MAIOR*

No Brasil, herói bom é herói morto

No período da pandemia – que ainda não terminou – não foram poucos os reconhecimentos em torno da essencialidade dos serviços prestados pelos profissionais da saúde. A população demonstrou explicitamente sua gratidão a estas pessoas com gestos e palavras. Inúmeras foram às vezes em que os profissionais da saúde se viram alvos de aplausos, sendo até tratados como heróis, isto porque, mesmo trabalhando nas condições mais desfavoráveis possíveis, submetendo-se a enormes riscos, conseguiam salvar milhões de vidas.

As trabalhadoras (pois são, na maioria, mulheres) da saúde, notadamente, da enfermagem, sempre disseram que agradeciam os aplausos, mas que mais do que aplausos queriam que seus direitos enquanto trabalhadoras fossem respeitados e, sobretudo, que seu piso salarial e o limite de 30 horas de trabalho na semana, há muito perseguidos, lhe fossem, enfim, assegurados (http://www.confetam.com.br/noticias/pl-da-enfermagem-mais-que-aplausos-trabalhadores-querem-direitos-093f/).

Depois de anos de luta e de sofrimentos, que se multiplicaram na pandemia, em 4 de agosto de 2022, foi publicada a Lei n. 14.434, que conferiu aos enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras um piso salarial.

Divulgou-se, amplamente, que o piso em questão seria de R$4.750,00; Mas este valor refere-se, unicamente, aos enfermeiros. Para os técnicos de enfermagem, o piso é de R$ 3.325,00 (70% do piso dos enfermeiros); para os auxiliares de enfermagem e parteiras, R$ 2.375,00 (50% do piso dos enfermeiros).

Trata-se, pois, de valores de salários bem aquém da relevância da função cumprida e nas condições em que é exercida. O salário-mínimo atual é de R$1.212,00 e sobre as condições de trabalho, todas as pessoas que precisaram ir a hospitais ou postos de saúde sabem do que se está falando.

De todo modo, o oportuno relato de Maria Helena Machado é bem útil para que a realidade não deixe tão rapidamente a nossa memória: “As pesquisas recentes realizadas pela Fiocruz, sobre as condições de trabalho e saúde mental dos trabalhadores(as) da saúde mostram um cenário complexo e preocupante. E a Enfermagem não ficou ilesa nesse contexto, ao contrário, foi atingida de forma brutal com milhares de contaminados e centenas que foram a óbitos por Covid-19 (Cofen, 2022), mais precisamente, 256 enfermeiros e 617 auxiliares/técnicos de enfermagem, segundo Machado et al (2022)”.

“Os dados de nossas recentes pesquisas na Fiocruz (2021-2022), sobre condições de trabalho e saúde mental dos trabalhadores (as) da saúde mostram um quadro em que: (i) ¼ dos trabalhadores de saúde apresenta comorbidades, sendo cinco as mais prevalentes: hipertensão, obesidade, doenças pulmonares, depressão e diabetes; (ii) mais de 70% apresentam com fortes sinais de esgotamento e cansaço por excesso e sobrecarga de trabalho; (iii) a maioria denuncia más condições de trabalho traduzidas em infraestruturas precárias e inadequadas, produzindo desconforto e problemas ergonômicos; (iv) biossegurança insuficiente; (v) salários baixos e insuficientes para seu sustento e de um domicílio- trabalho precário apontado pela OIT- Organização Internacional do Trabalho; (vi) multiplicidade de vínculos, quase sempre precários e temporários e muitos, na modalidade de bicos; (vii) sequelas físicas e psíquicas heranças da pandemia com enormes repercussões na vida diária desse contingente de mais de milhões de trabalhadoras e trabalhadores da saúde, no qual a enfermagem é hegemônica e essencial.” (“Profissão da Enfermagem: essencialidade x piso salarial”, disponível em: https://informe.ensp.fiocruz.br/noticias/53382).

Concretamente, o piso salarial em questão é uma forma mínima e apenas simbólica de reparar o impróprio tratamento conferido aos profissionais responsáveis pela realização de serviços essenciais à recuperação e preservação da saúde e da vida da população brasileira.

Não há argumento social, cultural e humano que se possa levantar contra o piso salarial em questão, a não ser o de que o valor ainda se mostra insuficiente para o pleno resgate da dignidade desses trabalhadores e dessas trabalhadoras. Muito menos há algum argumento jurídico que possa recusar a constitucionalidade e a pertinência da norma ou obstar a sua eficácia.

No entanto, atendendo ao pedido da Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços – CNSAÚDE, que congrega, sobretudo, entidades sindicais representativas de empresas privadas que exploram economicamente o trabalho na área da saúde, o Ministro Luís Roberto Barroso, resolveu “suspender” a aplicação da Lei 14.434/22.

Segundo os argumentos lançados na decisão, o piso salarial em questão, se aplicado, poderia: (a) gerar “impacto financeiro e orçamentário sobre Estados e Municípios e os riscos para sua solvabilidade (CF, art. 169, § 1º, I)”; (b) provocar “impacto sobre a empregabilidade no setor, tendo em vista as alegações plausíveis de demissões em massa trazidas aos autos (CF, art. 170, VIII)”; e (c) trazer “impacto sobre a prestação dos serviços de saúde, pelo alegado risco de fechamento de hospitais e de redução nos quadros de enfermeiros e técnicos (CF, art. 196)”.

Ou seja, para atender a demanda de empresas privadas, o Ministro utilizou argumentos pertinentes aos entes públicos, o que não se mostra pertinente também pelo aspecto de que tais avaliações dos impactos financeiros sobre estados e municípios foram realizadas durante o processo legislativo, que contou, inclusive, com a entidade de representação dos profissionais da saúde (os Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem – COFEN/COREN – https://www.f5news.com.br/cotidiano/corense-se-posiciona-sobre-decisao-do-ministro-luis-roberto-barroso.html).

E quanto às entidades privadas, a decisão de suspensão apenas consignou que se estas empresas quisessem cumprir a lei estariam livres para tanto, mas não estariam obrigadas: “Naturalmente, as instituições privadas que tiverem condições de, desde logo, arcar com os ônus do piso constante da lei impugnada, não apenas não estão impedidas de fazê-lo, como são encorajadas a assim proceder. As circunstâncias constitucionais e fiscais aqui apontadas não significam que o valor não seja justo e que as categorias beneficiadas não mereçam a remuneração mínima”.

Os argumentos, como se vê, não são propriamente jurídicos, notadamente na parte que diz respeito às empresas privadas e, do ponto de vista econômico (o que não traz qualquer repercussão juridicamente relevante no caso) são meramente opinativos e ainda integrados da ameaça típica do setor econômico do “fechamento” de unidades, chegando até mesmo a incentivar a prática já declarada ilegal pelo próprio STF da dispensa em massa.

Diante de uma Constituição Federal que se fincou sobre a base da dignidade humana e dos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, além de ter erguido a direito fundamental o princípio da melhoria da condição social dos trabalhadores e trabalhadoras não se parece juridicamente razoável o argumento de que a preservação dos empregos só se garanta por meio de baixos salários e contratos precários, porque, afinal, em última análise, é isto que se diz quando a preservação dos empregos é o argumento utilizado para negar validade a uma lei (democrática e regularmente votada no Congresso Nacional) que conferiu um módico reajuste salarial a uma categoria de trabalhadores e trabalhadoras que exercem atividade considerada essencial.

Curiosamente, o STF em nenhum momento se viu instado a suspender a aplicação da Lei 13.467/17, que foi fruto de um processo legislativo viciado e que impôs inúmeros retrocessos sociais, humanos e econômicos à classe trabalhadora e que atingiu, sobretudo, os profissionais da saúde que, hoje, trabalham em regimes de sobrejornada, sem intervalo e com contratos precários, que incluem, inclusive, quarteirização.

Fato é que o aumento do sofrimento da classe trabalhadora parece não comover as instituições brasileiras, enquanto que o clamor do poder econômico contra uma maior partilha de seus lucros (https://einvestidor.estadao.com.br/investimentos/valor-acoes-empresas-saude-brasil) ecoa rápida e eficazmente.

Como dito por um amigo, a sorte dos escravizados e das escravizadas é que em 1888 não havia ADI, pois se existisse pode ser que a Lei Áurea fosse suspensa em razão dos seus impactos na economia do país.

Mas as(os) profissionais da saúde podem ficar tranquilos, pois quanto pior for a sua condição de vida, mais próximos estarão de ser oficialmente declarados heróis nacionais, pois, no Brasil, herói bom, é herói morto.

PS: Este texto foi escrito antes de encerrada o julgamento da ADI 7222, com a torcida de que o resultado final da votação desminta o seu conteúdo. E na esperança também de que se dê ouvidos à pertinente advertência lançada pelo Ministro Edson Fachin nas razões de seu voto divergente: “Por fim, tenho que a linha de precedentes recentes em relação à matéria trabalhista sugere que o risco da demora é, no presente caso, inverso. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, em matéria trabalhista, vem chancelando a redução dos espaços institucionais em que os trabalhadores tradicionalmente podiam ventilar suas insatisfações: o direito de greve de servidores públicos foi significativamente reduzido, a representação sindical foi severamente atingida pela redução do imposto sindical e o ônus para se recorrer à Justiça do Trabalho aumentou consideravelmente”.

“Nesse cenário, não chega a surpreender que a única via que tenha restado às categorias seja o recurso à representação política e que, na esteira do piso para os enfermeiros, outras categorias também planejem reivindicações semelhantes. A presente ação é paradigmática, porque pode acabar por fechar a única via que restou aos trabalhadores brasileiros para fazer valer suas demandas. Se nem quando uma maioria constitucional tem, aos olhos desta Suprema Corte, legitimidade para assegurar direitos fundamentais sociais, especialmente os trabalhistas, é sinal de que uma minoria foi por ele privilegiada”.

“Renovando as vênias de estilo, entendo que acolher a alegação de inconstitucionalidade, tal como formulada, parece atentar contra o sentido mais básico de legitimidade democrática”.

*Jorge Luiz Souto Maior é professor de direito trabalhista na Faculdade de Direito da USP. Autor, entre outros livros, de Dano moral nas relações de emprego (Estúdio editores).



sexta-feira, 15 de julho de 2022

VITÓRIA DOS TRABALHADORES DA ENFERMAGEM * BRASIL DE FATO

 VITÓRIA DOS TRABALHADORES DA ENFERMAGEM

PEC da enfermagem: 
o fim da saga legislativa e a pressão pela sanção do PL do piso
Tema conduziu luta histórica da categoria, que começou ainda nos anos 1980
Cristiane Sampaio
Brasil de Fato | Brasília (DF) | 15 de Julho de 2022 às 08:19

Maior categoria da área da saúde, enfermeiros lutam por piso nacional desde final da década de 1980 - AFP
Com a promulgação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) PEC 11/22 pela mesa do Congresso na noite de quinta-feira (14), chegou ao fim a disputa legislativa que envolve o piso salarial da enfermagem.

A saga em torno do tema teve início ainda no final dos anos 1980, quando o primeiro projeto começou a tramitar no Legislativo, por isso a promulgação do texto teve sabor de vitória para a categoria, que anteriormente conseguiu aprovar também o Projeto de Lei 2564/20. Este último fixa detalhes sobre os valores salariais mínimos a serem pagos a enfermeiros, parteiras, auxiliares e técnicos de enfermagem.

O PL 2564 e a PEC 11 tiveram, ao todo, um rito de pouco mais de dois anos no Congresso. “A gente avalia que é algo excepcional, inédito e demonstra o interesse em atender nossa demanda, porque aprovar um PL e uma PEC em curto espaço de tempo é algo inimaginável. Foi uma vitória muito grande”, celebra Daniel Menezes de Souza, membro do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).

Percurso

O PL 2564, que começou a tramitar em maio de 2020 pelas mãos do senador Fabiano Contarato (PT-ES), ganhou fôlego no decorrer da pandemia e encontra na proposta de emenda um resguardo jurídico. Como a atual versão da Constituição Federal não trata da instituição do piso por parte do Legislativo, a PEC 11 insere essa previsão na Carta Magna, a partir da indicação de que uma lei federal deverá estipular os valores salariais do segmento.

A confecção da PEC veio após intenso debate sobre como garantir a sustentação jurídica do projeto de forma a evitar questionamentos futuros de eventuais opositores junto ao Judiciário. A ideia era impedir que uma histórica luta trabalhista tombasse ao final da jornada, a mando do Supremo Tribunal Federal (STF).

Diante disso, a solução foi cunhar a PEC 11, cuja lista de signatários é encabeçada pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA). No percurso legislativo que envolveu o tema, a pauta teve o seu primeiro projeto ainda em 1989, com o PL 4499, que previa apenas o piso dos enfermeiros.

Vinte anos depois surge o PL 4924/2009, cujo texto incluía parteiras, auxiliares e técnicos de enfermagem. Na sequência, o mesmo conteúdo veio à tona por meio do PL 459, de 2015, mas nenhum dos três projetos obteve o apoio necessário para chegar ao final da tramitação.

Com a crise sanitária gerada pelo alastramento da covid-19 e as jornadas extenuantes de profissionais de saúde durante os momentos mais críticos do período, o tema ganhou evidência política e ressurgiu por meio do PL de Fabiano Contarato.

“Eu vi – ninguém me contou não – profissionais de enfermagem vestidos com capa de chuva porque não tinha equipamento. Perdi amigas, por exemplo. Eles todos foram guerreiros demais”, disse ao Brasil de Fato, em um momento de forte emoção, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que é enfermeira de formação e esteve entre os parlamentares mais atuantes em prol do piso.

De 2020 para cá, a jornada vitoriosa do PL e da PEC foi curta, considerando os padrões do Congresso para esse tipo de medida. Ao longo das costuras políticas, os dois textos acabaram conquistando ampla maioria nas duas casas legislativas, impulsionados pela mobilização social em torno do tema. “Ficamos impressionados inclusive com a maturidade política das entidades deles”, realça Alice.

Ato pela aprovação do PL do piso com trabalhadores do segmento em frente à Câmara dos Deputados / Cristiane Sampaio

No plenário da Câmara, por exemplo, a PEC foi aprovada no último dia 13, em segundo turno, por 473 votos favoráveis e apenas nove contrários. No Senado, no início de junho, a margem foi ainda mais vantajosa para os defensores da proposta: foram 71 votos favoráveis e nenhum contra no primeiro turno, enquanto no segundo foram registrados 72 apoios e nenhuma rejeição.

“É aquilo que Victor Hugo disse: ‘Não há nada mais poderoso do que uma ideia quando o seu tempo chega’, e foi justamente em plena pandemia. Precisou haver uma crise sanitária que vitimou 674 mil brasileiros para que nós pudéssemos jogar luz para essa categoria”, desabafou Contarato.

Mas nem tudo foram flores durante a tramitação da proposta. A oposição à pauta, embora matematicamente minoritária, ficou por conta do partido Novo e de setores do empresariado, que se disseram preocupados com os gastos, especialmente de governos municipais e estaduais. O tema foi alvo de um grupo de trabalho (GT) que discutiu o tema na Câmara.

“O relatório foi decisivo porque ele reduziu um verdadeiro caos que era pintado de mais de R$ 40 bilhões de gastos e depois, mais tarde, falaram em R$ 15 bilhões. Mas nós provamos que o impacto por ano no SUS é de menos de 2,5% de tudo que é investido e, para o setor privado, é de menos de 2% do faturamento. É um impacto que pode ser absorvido”, argumenta o deputado que atuou como relator do GT, Alexandre Padilha (PT-SP).

Números

Fabiano Contarato destacou que o cotidiano da categoria é marcado por muita precarização e que muitos profissionais têm mais de um emprego para que possam se manter.

“Esse PL 2564 está dando dignidade a 2,7 milhões de profissionais. E eu falo que esse PL 2.564 é uma pauta feminina, porque, de 2,7 milhões de enfermeiros, de técnicos de enfermagem, de auxiliar de enfermagem e de parteiros, 85% são de mulheres.”

Autor do PL 2564, apresentado em maio de 2020, Contarato foi quem primeiro comprou a briga pelo projeto durante a pandemia / Jefferson Rudy/Agência Senado

O projeto estabelece pisos de R$ 4.750 para enfermeiros, R$ 3.325 para técnicos e R$ 2.375 para auxiliares e parteiras.

Sanção

O sinal verde dado à PEC por parte das duas casas legislativas do Congresso precede ainda um último capítulo político, que foge da alçada da Câmara e do Senado: a sanção do Projeto de Lei (PL) 2564/20 por parte do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Devoto da cartilha neoliberal, o governo é costumeiramente arredio a pautas de direitos trabalhistas. Apesar do sempre existente risco de veto – ainda que parcial – ao PL, a categoria calcula que a eventual medida apenas estenderia o percurso do PL, sem potencial para evitar que posteriormente o piso entre em vigor.

“Temos apoio suficiente para derrubar um veto presidencial, tanto na Câmara quanto no Senado, então, isso dá mais confiança para a gente e nos deixa mais tranquilos”, afirma a presidenta da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), Shirley Morales.

No serviço público, após ser sancionado o projeto, a medida só começa a valer no ano que vem. Já na esfera privada a exigência deverá ser feita a partir da sanção do texto.

“A prioridade agora tem que ser a sanção pelo presidente. Essa tem que ser a prioridade absoluta. Quando Bolsonaro receber, ele terá 15 dias para sancionar. Isso significa aumentar o salário de mais de 80% dos auxiliares de enfermagem no Brasil, cerca da metade dos enfermeiros e dos auxiliares de enfermagem”, resume o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), que foi relator do grupo de trabalho (GT) que discutiu o tema na Câmara.

Presidente

Apesar de avesso aos temas trabalhistas e de dificuldades colocadas pelo governo durante a tramitação, Bolsonaro fez aceno favorável à pauta na quinta-feira. Na tentativa de colher dividendos eleitorais, ele chegou a comparecer à promulgação da PEC, ocasião em que também foi oficializada pela mesa do Congresso a PEC dos Auxílios. A ida do presidente da República a esse tipo de sessão não faz parte do rito tradicional e, portanto, não é comum.

Presidente Jair Bolsonaro (PL) chega ao plenário do Senado para a promulgação da PEC dos Auxílios / Waldemir Barreto/Agência Senado

A presença do ex-capitão chamou a atenção e ganhou centralidade no evento, que também contou com a participação de diferentes ministros do governo. Oposicionista ferrenha e uma das principais articuladoras do PL, a deputada Alice Portugal se recusou a ficar para a cerimônia.

“Apesar de ser um ato meramente protocolar, você honra protocolo na democracia. Honrar protocolo com a barbárie não é possível”, justificou, em conversa com o Brasil de Fato. A parlamentar ressaltou que a pauta foi aprovada graças à dedicação da categoria em associação com parte dos parlamentares, a maioria de oposição. “E, com toda a luta, nós conseguimos. Apesar de tudo, acho que nós poderíamos cantar um ‘apesar de você’ pra ele”, ironizou.