MANIFESTO CIPEIRO
Por uma CIPA a serviço da segurança e dos interesses dos trabalhadores.
1- As condições de trabalho e de vida do conjunto dos trabalhadores do setor de transporte, lojística, construção civil, estocagem etc, POR EXEMPLO, tem passado por um processo de deterioração;
2- A sobrecarga de trabalho, marcada por horários alongados, excesso de peso nas entregas em carga e descarga do qual os trabalhadores estão sujeitos, número absurdo de notas que resultam numa intensidade brutal de sobre trabalho, etc., tornaram-se rotina para nós, do setor de transporte;
3- Essa realidade diária nossa, de motoristas e ajudantes, contrasta abertamente com a filosofia formal da empresa sobre a questão da segurança no trabalho. O sobre trabalho, o peso excessivo que nós precisamos carregar diariamente e em locais completamente inapropriados, tem levado diretamente a uma condição crônica de insalubridade, insegurança e riscos para estes profissionais;
4- Somasse a isso, a deterioração e mesmo corrosão do nosso vale alimentação, que há aproximadamente três anos não sofre reajuste. Para se ter uma ideia do problema, somente em 2024, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação do período foi de 4,7%. Se somarmos os três últimos anos, teremos um acumulado inflacionário na casa de aproximadamente 10%, o que representa considerável perda do poder de compra do nosso vale alimentação;
5- Uma outra questão muito importante e que tem afetado diretamente às condições de trabalho e mesmo de vida dos profissionais no setor de transporte, tem sido a forma como vem sendo utilizado o chamado "banco de horas": pela própria característica externa do trabalho, pouco depende do motorista ou ajudante o controle do horário em atividade.
Dessa forma, independente dos trabalhadores, quase sempre é excedido os horários de entregas e coletas. Assim, ao não ter possibilidade de decisão deliberada quanto ao seu horário laboral, os profissionais do transporte acabam obrigados a aceitarem o "banco de horas", o que equivale a fornecerem na prática trabalho gratuito;
Propostas dos profissionais do setor, para dignidade no trabalho e melhores condições de existência:
6- Propomos, no sentido de arrefecer ou mesmo eliminar os ricos a saúde do conjunto dos trabalhadores, uma carga justa de trabalho e o estabelecimento de uma regra clara, que determine o limite máximo da quantidade de peso que o trabalhador individualmente possa suportar e transportar;
7- Propomos o fim imediato do "banco de horas", absolutamente inadequado ao setor de transporte, que possui característica própria e que limita o controle dos trabalhadores sobre seu próprio horário de atividades;
8- Propomos a correção do vale alimentação de acordo com os índices inflacionários acumulados dos últimos três anos e com aumento real em seu valor, sem o qual continuaremos sofrendo a corrosão do poder de compra de nosso vale alimentação.
Enviamos nossas propostas e perspectivas descritas acima, ao sindicato de nossa categoria, juntamente com o setor responsável, na certeza da integridade e justeza de nossas demandas.
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.