1968 A GREVE DE CONTAGEM
"A cidade de Contagem (MG) vivenciou uma rápida industrialização, influenciada dentre outros fatores por sua localização estratégica e uma rede de transportes que facilitou a instalação de diversas fábricas metalúrgicas. Os trabalhadores, no entanto, viviam em moradias precárias (muitos em ocupações clandestinas), com salários de fome, e uma situação de miséria que só tendia a piorar com a política de arrocho salarial e a inflação que aumentava o custo de vida.
É a partir dessa situação concreta que atuavam as organizações revolucionárias em Contagem (MG). Apesar de uma chapa combativa ter vencido as eleições do sindicato dos metalúrgicos em 1967 esta foi impedida de tomar posse sob a acusação de “infiltração de elementos de esquerda”, e o sindicato sofreu intervenção do Ministério do Trabalho. Apesar das dificuldades, a agitação e organização nos locais de trabalho e moradia, sob formas principalmente clandestinas, não parou.
Como consequência da revolta operária contra as péssimas condições de vida, no dia 16 de Abril de 1968 iniciou em Contagem (MG) o primeiro grande movimento grevista que entrou em choque com a política de arrocho salarial da ditadura civil-militar no Brasil. O movimento iniciou na Companhia Belgo-Mineira e espalhou-se por toda a região industrial paralisando importantes fábricas como Mannesman, RCA Vitor, Demissa e Industam. Esses são seguidos por operários da SIMEL, Metalúrgica Triângulo, Pollig-Haakel, Minas-Ferro e Mafersa, somando 16 mil grevistas em protestos e assembleias diárias. (...)"
*Leia o texto na íntegra:*
1968 A GREVE DE CONTAGEM
ASPUV | Seção Sindical dos Docentes da UFV
Em 2018, completaram-se cinquenta anos da primeira greve operaria durante a ditadura militar (1964 – 1985). Através de depoimentos de historiadores, investigadores e operários que participaram dessa histórica greve na Cidade Industrial de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, o documentário reconstrói este episódio que se prolongou naquele mesmo ano, em julho, na famosa greve de Osasco, em São Paulo, acirrando o confronto com a burguesia no período militar e lançando as sementes do novo sindicalismo que surgiria uma década depois.
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