domingo, 27 de abril de 2025

1968: a Greve de Contagem * Carlos Pronzato/RJ

1968 A GREVE DE CONTAGEM

"A cidade de Contagem (MG) vivenciou uma rápida industrialização, influenciada dentre outros fatores por sua localização estratégica e uma rede de transportes que facilitou a instalação de diversas fábricas metalúrgicas. Os trabalhadores, no entanto, viviam em moradias precárias (muitos em ocupações clandestinas), com salários de fome, e uma situação de miséria que só tendia a piorar com a política de arrocho salarial e a inflação que aumentava o custo de vida.

É a partir dessa situação concreta que atuavam as organizações revolucionárias em Contagem (MG). Apesar de uma chapa combativa ter vencido as eleições do sindicato dos metalúrgicos em 1967 esta foi impedida de tomar posse sob a acusação de “infiltração de elementos de esquerda”, e o sindicato sofreu intervenção do Ministério do Trabalho. Apesar das dificuldades, a agitação e organização nos locais de trabalho e moradia, sob formas principalmente clandestinas, não parou.

Como consequência da revolta operária contra as péssimas condições de vida, no dia 16 de Abril de 1968 iniciou em Contagem (MG) o primeiro grande movimento grevista que entrou em choque com a política de arrocho salarial da ditadura civil-militar no Brasil. O movimento iniciou na Companhia Belgo-Mineira e espalhou-se por toda a região industrial paralisando importantes fábricas como Mannesman, RCA Vitor, Demissa e Industam. Esses são seguidos por operários da SIMEL, Metalúrgica Triângulo, Pollig-Haakel, Minas-Ferro e Mafersa, somando 16 mil grevistas em protestos e assembleias diárias. (...)"

*Leia o texto na íntegra:*

1968 A GREVE DE CONTAGEM
ASPUV | Seção Sindical dos Docentes da UFV

Em 2018, completaram-se cinquenta anos da primeira greve operaria durante a ditadura militar (1964 – 1985). Através de depoimentos de historiadores, investigadores e operários que participaram dessa histórica greve na Cidade Industrial de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, o documentário reconstrói este episódio que se prolongou naquele mesmo ano, em julho, na famosa greve de Osasco, em São Paulo, acirrando o confronto com a burguesia no período militar e lançando as sementes do novo sindicalismo que surgiria uma década depois.

sábado, 26 de abril de 2025

CONGRESSO DE SERVIDORES DA EDUCAÇÃO 2025 * Brasil de Fato

CONGRESSO DE SERVIDORES DA EDUCAÇÃO 2025

Congresso de servidores da educação federal em Porto Alegre aprova agenda de lutas
O 4º Conassufrgs reuniu cerca de 200 delegados e delegadas eleitas nos locais de trabalho

Depois de três dias de debates em plenário e nos grupos de trabalho a quarta edição do Congresso da Assufrgs (Conassufrgs), o Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), terminou com diversas recomendações baseadas nas conjunturas nacional e internacional.

O Conassufrgs, que não era realizado desde 2015, reuniu cerca de 200 delegados e delegadas eleitas nos locais de trabalho. Na noite de segunda-feira (14), a abertura contou com debate da conjuntura nacional e internacional. Na terça e quarta-feira, foram pautadas as políticas para a educação Pública, universidades e institutos e a estrutura e políticas sindicais, também foram definidos os rumos políticos da entidade sindical.

Os participantes aprovaram a criação da Coordenação de Diversidade e Combate às Opressões, com a competência de combater o machismo, racismo, sexismo, lgbtfobia, etarismo, capacitismo e demais opressões dentro da comunidade acadêmica e na sociedade, que foi considerado um avanço na luta sindical das Instituições Federais de Ensino (IFE).

Do ponto de vista nacional, o Conassufrgs decidiu se posicionar contra as reformas neoliberais e se colocar em luta contra a extrema direita, radicalizar a batalha contra o fascismo, com mobilização popular contra a anistia e exigindo a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores. Além disso, resolveu travar um combate à lógica neoliberal da financeirização, ao arcabouço fiscal e a defesa do financiamento da universidade pública e dos pisos constitucionais da saúde e da educação.

Os participantes aprovaram ainda que a riqueza nacional seja investida nos direitos sociais com a devida transparência, o fortalecimento da política industrial e o desenvolvimento nacional, a valorização da ciência e o combate ao negacionismo científico e climático. A solidariedade aos povos indígenas e quilombolas, a reforma agrária e defesa da agricultura familiar e a defesa dos direitos humanos também foram aprovadas. Assim como, a defesa do mandato do deputado federal Glauber Braga (Psol/RJ).

Os delegados e delegadas também definiram propostas para a conjuntura internacional, como ser contra qualquer genocídio, priorizar e ampliar convênios de cooperação acadêmica na América Latina, com análise prévia da categoria, lutar pela vedação e rompimento de acordos da Ufrgs, da UFCSPA, do IFRS e demais IFEs com universidades e outras instituições do Estado sionista de Israel, bem como a indústria armamentista ligada ao genocídio palestino. Além de exigir o rompimento imediato das relações do Estado Brasileiro com o estado sionista de Israel.

Abertura do congresso analisou situação do país e do mundo

Na abertura do encontro, a recepção aos delegados e convidados, coube à coordenadora geral da Assufrgs, Maristela Piedade, que falou sobre a responsabilidade de organizar o congresso e o trabalho desempenhado pela entidade no período recente.

“Estamos à frente de uma entidade muito respeitada e aguerrida. Uma entidade que no último período, desde 2019, lutou contra o Future-se e um governo bastante hostil para a educação pública brasileira. Lutamos contra a PEC 32, a reforma administrativa proposta por aquele governo. No ano passado fizemos uma greve de mais de 100 dias, onde nós aqui no Sul ainda enfrentamos um obstáculo enorme, que foi a enchente. Nós aprovamos uma greve solidária e a Assufrgs cumpriu um importante papel social, de solidariedade com o povo gaúcho. Todos nós da categoria estamos de parabéns por aquele trabalho”, afirmou.

A análise de conjuntura internacional ficou a cargo de Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal). Também participaram da mesa Bruno Lima Rocha, jornalista, cientista político e professor de relações internacionais, Samara Martins, vice-presidenta da Unidade Popular (UP), Altamiro Borges, jornalista, membro da coordenação do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé, Lara Rodrigues, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e David Deccache, doutor em Economia pela Universidade de Brasília (UnB), coautor do livro Teoria Monetária Moderna: a chave para uma economia a serviço das pessoas e diretor do Instituto de Finanças Funcionais para o Desenvolvimento, e assessor legislativo na Câmara dos Deputados.

Em sua fala, Rabah fez uma análise do genocídio que vem sendo cometido pelo Estado sionista de Israel contra o povo palestino. Ele lembrou que “os grandes meios de comunicação, pela primeira vez, defendem abertamente o genocídio”. “A matança é gigantesca, por exemplo, hoje são mais de 63 mil pessoas já assassinadas. Em um genocídio tudo é obsceno, mas a matança de crianças é excepcionalmente obscena. 9930 crianças foram mortas em Gaza por milhão de habitantes”, ressaltou, lembrando que durante toda a Segunda Guerra Mundial este número foi de 2813 por milhão.

sexta-feira, 25 de abril de 2025

NOTA À IMPRENSA * Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT)

NOTA À IMPRENSA
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT)
Em defesa do fortalecimento institucional do INSS e da integridade do serviço público
-FREI CHICO-

Diante das graves denúncias de fraudes envolvendo descontos indevidos em benefícios previdenciários de aposentados e pensionistas, e da ampla operação deflagrada nesta quarta-feira (23/04) pela Polícia Federal e pela Controladoria Geral da União (CGU), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT) entende ser imprescindível reafirmar a necessidade urgente de fortalecimento institucional do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) como carreira típica de Estado e essencial.

É importante destacar a necessidade imediata de concurso público para o órgão para redução do déficit existente, que atrapalha o cumprimento do papel institucional do órgão.

A credibilidade da Previdência Social brasileira, que sustenta milhões de vidas e representa um dos pilares do pacto civilizatório construído pela Constituição Federal Cidadã de 1988, exige servidores concursados valorizados, protegidos de ingerências políticas e dotados de autonomia técnica para exercerem suas funções com ética e responsabilidade.

É igualmente fundamental registrar que, diferentemente do que ocorria em gestões anteriores, o atual governo não interferiu, nem direta nem indiretamente, no curso das investigações conduzidas pela CGU e pela Polícia Federal. A apuração teve início de forma autônoma dentro da administração pública e seguiu para a esfera criminal com total respaldo institucional, transparência e respeito à legalidade.

Reafirmamos que nenhum agente público, independentemente de cargo ou filiação partidária, está acima da lei. Afastamentos cautelares, investigações e responsabilizações são partes essenciais do funcionamento democrático e devem ser conduzidos com total rigor, preservando o direito de defesa, mas garantindo a punição exemplar de todos os envolvidos.

O INSS precisa ser protegido dos interesses privados que historicamente se apropriam do Estado para beneficiar esquemas fraudulentos em detrimento dos mais vulneráveis. O caminho é o investimento em pessoal qualificado, fiscalização efetiva, digitalização com controle e transparência pública, e, sobretudo, o respeito à integridade do serviço público.

As fraudes identificadas envolvem descontos indevidos em aposentadorias e pensões realizados por empresas que operavam empréstimos consignados sem autorização dos beneficiários. Trata-se de um ataque direto aos mais vulneráveis. Todos os recursos subtraídos por esses esquemas fraudulentos devem ser integralmente devolvidos às vítimas — os aposentados e pensionistas do INSS.

Seguiremos acompanhando atentamente o desdobramento dos fatos e cobrando que cada centavo desviado seja devolvido aos cofres públicos e às vítimas das fraudes com responsabilização integral de quem atentou contra a confiança da população brasileira.

Brasília, 23 de abril de 2025.

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT)
Rua Caetano Pinto, 575 - CEP 03041-000 - Brás - São Paulo - SP Fone (11) 2108-9156 – 2108-9300 – 2108-9301 – 2108-9216 – 99440.7767 Brasília 61 3322.5060 - Site: www.cntsscut.org.br
E-mails: Sede: diretoria@cntsscut.org.br Subsede; df@cntsscut.org.br
05.05 GREVE NACIONAL DOS MÉDICOS DO SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

segunda-feira, 21 de abril de 2025

STF ATACA DIREITOS DOS TRABALHADORES * Rodrigo Carelli/Youtube

Carelli alerta para ameaça de Gilmar Mendes e lamenta: “Governo Federal e sindicatos estão calados”
Carelli alerta para ameaça de Gilmar Mendes e lamenta: “Governo Federal e sindicatos estão calados”
A Suprema Corte escravista contra os trabalhadores no Brasil e a cumplicidade criminosa do governo neoliberal de Luis Inácio e do sindicalismo pelego e gangster, agentes da burguesia.

Retomar o Primeiro de Maio de luta, socialista e antiimperialista! * Trabalhadores de Classe e de Luta/TCL

Retomar o Primeiro de Maio de luta, socialista e antiimperialista!

Ha quase 140 anos do histórico levante proletário em Chicago em 1886, quando os trabalhadores, organizados e municiados por uma profunda consciência de classe e dos seus interesses para si, em brava e heróica batalha contra as forças do capital, tiveram seus históricos mártires assassinados covardemente pelas forças de repressão da burguesia. Da qual daí em diante foi instituído pela Segunda Internacional, o Primeiro de Maio como data mundial do proletariado.

Após quase 140 anos desse combate histórico de nossa classe, nos encontramos num período cuja principal característica seja o avanço da contra-revolução burguesa em praticamente todos os países. Particularmente desde o fim da União Soviética e a queda do Muro de Berlim no crepúsculo do século passado, o capital não sessou uma vasta ofensiva econômica, política e ideológica contra o proletariado e seu programa científico de emancipação histórica: o marxismo.

As ideologias vulgares que pregavam o "fim da história"; o "empreendedorismo"; o identitarismo anti-classista; o politicismo e conciliação com o inimigo de classe; o conformismo e resignação com o presente, marcado pelo "congelamento" histórico, etc., não passam de artimanhas estratégicas e táticas da burguesia mundial e seus meios de propagação de mentiras e irracionalismo, visando arrefecer a fé dos trabalhadores no socialismo e na sua própria emancipação dos grilhões da sociedade de classes.

Em compasso com os ataques econômicos e sociais contra as conquistas históricas que o proletariado arrancou da burguesia no último século de duras batalhas, vemos uma verdadeira ofensiva ideológica e cultural por parte do imperialismo, visando um vasto entorpecimento de seu antagonista histórico para assim, quebrar suas perspectivas revolucionárias como forma de garantir a perenidade e sobrevida do regime capitalista em sua fase senil, marcada por crises cada vez mais recorrentes e de grande duração, ameaçando mesmo a própria humanidade.
Em todo o mundo governado pelo modo de produção capitalista, temos visto o desmonte dos mecanismos de proteção dos trabalhadores. Os direitos trabalhistas e o chamado "Estado de bem estar social" (onde existiu) tem sido radicalmente suprimidos; o nível econômico e social das classes trabalhadoras em todo o mundo não param de cair.

Na verdade entramos na era da superexploração do trabalho como um fenômeno mundial. As seguidas revoluções tecnológicas e informacional criou uma massa crônica de desempregados e seres humanos "supérfluos" pela ótica do capital e que não podem mais serem inseridos produtivamente no mundo das mercadorias cada vez mais mercantilizado e fetichizado. Para essa massa humana "sobrante"--um verdadeiro exército de reserva utilizado para aviltar os salários e condições de trabalho dos que ainda labutam--a "saída" burguesa é cada vez mais a repressão e extermínio malthuziano.

Nessa esteira, a chamada "composição orgânica do capital" como bem o conceituou Karl Marx, atua como um verdadeiro pêndulo contra a taxa de lucros do capital, obrigando seus servidores (a burguesia e seus agentes, sim, servidores de sua criatura) a recorrerem a um padrão de reprodução do capitalismo mundial francamente destrutivo, selvagem e incontrolável, que põe mesmo como horizonte a destruição da civilização como a conhecemos.

As guerras e o capital: uma relação de mão dupla

Com o alastrar da decadência capitalista, o recrudescimento das guerras de baixa e alta intensidade, tornaram-se algo corriqueiro, mesmo banal.

Neste século atual por exemplo, tivemos as guerras de tipo neocolonial por parte do imperialismo contra o Afeganistão, Iraque, Haiti, Líbia, Síria, Ucrânia (guerra por procuração do imperialismo ianque contra a Rússia), Iêmen, Palestina, etc. Também os golpes de Estado de novo tipo pela vida das revoluções coloridas e guerras híbridas, tem se tornado constantes e diversos países já foram ou estão sendo vítimas dessa forma de ataque encoberto, por parte das forças imperialistas e seus fantoches.

A instabilidade política promovida pela CIA contra governos populares e/ou nacionalistas também é algo que avança nessa época marcada pela crise geral do capitalismo, que exige de forma imperiosa ao grande capital, colonizar e impor sua agenda destrutiva em todo o mundo: diante de sua fase senil, o Globo terrestre já se tornou demasiado pequeno para o capital e seu caráter ontológico expansionista.

Daí a necessidade cada vez mais premente por parte do grande capital em controlar com mãos de ferro as fontes energéticas, de matéria prima, os mercados e o assalto aos Estados nacionais. Uma nova redivisão do mundo e da divisão mundial do trabalho, está em andamento; em tal movimento tectonico, o que o grande capital imperialista impõe aos povos da periferia capitalista é uma ainda maior subalternidade, agravando sua crônica relação de dependência e subdesenvolvimento.

Em suma, o preço pago pela humanidade com a perenidade até o presente do modo de produção capitalista tem sido alto demais. O próprio desenvolvimento histórico e das forças produtivas internacionalmente já estabeleceram as condições objetivas necessárias para a superação do regime burguês e para a construção do socialismo.

Os trabalhadores e os povos oprimidos resistem

O proletariado mundial embora ainda confuso, disperso e cambaleante diante da atual correlação desfavorável, resiste como pode. Vimos desde a última década importantes movimentos de luta dos trabalhadores em diversos países, sobretudo em nossa América latina. Os trabalhadores venezuelanos, bolivianos, equatorianos, chilenos, peruanos, haitianos e colombianos por exemplo, tem protagonizado ou protagonizaram nos últimos anos, importantes e heróicas lutas contra as forças da extrema direita, das tentativas golpistas e do imperialismo em seus países.

O povo palestino tem dado lições históricas a seus irmãos trabalhadores do mundo, através de sua gigantesca resistência armada contra os genocidas sionistas que comandam o facínora Estado de Israel e seus patrões imperialistas da Casa Branca. Embora o gigantesco tributo pago com o sangue sagrado de seus mártires, a resistência militar palestina impõe duríssimo revés ao sionismo, causando mesmo a desmoralização histórica mundial do Estado sionista e uma crise existencial de Israel.

Na África negra, seu valente povo derrotou o colonialismo francês, causando uma séria desmoralização e crise política profunda no interior dessa pátria imperialista decadente.
Os exemplos de brava resistência dos povos trabalhadores iemanita e haitiano, que nas mais desfavoráveis condições resistem e lutam bravamente contra seus exploradores e opressores internos e o imperialismo, deixa valiosa lição para o proletariado mundial.

Fortalecer um pólo revolucionario e antiimperialista internacional

A condição mais essencial do momento, é estabelecer uma frente internacional de lutas dos trabalhadores contra as forças do imperialismo. O atual período histórico se caracteriza pela ofensiva da burguesia e pela contra-revolução no mundo.
É imprescindível para as organizações de vanguarda dos explorados ter bem claro as forças que se batem, a correlação entre as classes antagônicas, para daí tirar as conclusões estratégicas e táticas do atual período. Uma das principais constatações a se considerar no momento é o fato de que as forças revolucionárias e de vanguarda da classe se encontrarem numa grave situação de fragmentação, divisão e sem protagonismo no interior das massas. E isso em todo o mundo.
Fortalecer as organizações dirigentes no interior de cada país é paço essencial para a retomada de uma agenda revolucionária e socialista que volte a hegemonizar as parcelas mais esclarecidas dos trabalhadores. Por outro lado, fortalecer um bloco revolucionário e antiimperialista internacional é sem dúvida uma das tarefas mais importantes do momento.

Em sua fase de deslocamento permanente pelo mundo, o capital cada vez mais internacionalizado põem na defensiva qualquer estratégia ou tática puramente nacional dos trabalhadores. Daí ser imprescindível mais do nunca, organizar o combate internacional sistemático contra a burguesia, que tem no imperialismo seu chefe de fila no mundo.

Portanto, fortalecer uma frente internacional antiimperialista deve ser no momento uma das questões táticas centrais do proletariado mundial e seus aliados.

O grave impasse em que vive a humanidade, deixa bem claro que o capitalismo entrou em uma fase de potencial destrutivo sem precedentes. As saídas reformistas que buscam reformar ou mesmo humanizar o regime do capital, estão barradas. A contra-revolução neoliberal, a atual escalada de guerras e golpes de Estado em todo o mundo, são as provas dessa verdade histórica. A revolução socialista é neste caso não só de uma atualidade indiscutível, como também, e mais importante, a garantia de sobrevivência da própria humanidade.
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domingo, 16 de março de 2025

Hoje os servidores públicos norte americanos e depois nós: efeito Orloff * Ricardo Queiroz

Hoje os servidores públicos norte americanos e depois nós: efeito Orloff
Texto essencial e assustador de 
Ricardo Queiroz
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"Trump e Musk não estão apenas desmantelando o Estado americano. Estão construindo um modelo. Um protótipo. Um experimento de laboratório que a direita internacional poderá replicar onde for conveniente. O que acontece hoje nos EUA não é uma exceção: é um ensaio. E a intenção é clara – transformar a destruição do serviço público em um espetáculo bem-sucedido, pronto para ser exportado.

Essa estratégia não é só ideológica, é performática. O que importa não é apenas cortar gastos, fechar órgãos ou precarizar o funcionalismo. Isso, aliás, a direita tradicional já fazia. O diferencial de Trump e Musk é o método. O show. O simbolismo da destruição sendo celebrada como um triunfo. O governo não está sendo esvaziado em silêncio, mas diante das câmeras, com aplausos e memes. Transformaram o desmonte do Estado em um reality show neoliberal.

O Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), liderado por Elon Musk sob a administração Trump, é o epicentro desse laboratório neoliberal. Financiado secretamente com quase 40 milhões de dólares, o DOGE opera como uma agência federal blindada de leis de transparência, *transformando o desmantelamento do serviço público em um espetáculo midiático.* Musk, que se apresenta como o visionário de tudo, é o rosto desse novo tipo de ataque ao setor público.

A ordem não é apenas cortar gastos, mas também humilhar, expondo funcionários como descartáveis e moldando o imaginário social contra o Estado. Esse modelo performático não apenas precariza o funcionalismo, mas também legitima a destruição estatal como narrativa política global, consolidando a cultura política neoliberal. Utilizando a manipulação de narrativas e o engajamento massivo, o DOGE não só corta gastos, mas transforma a precarização estatal em um protótipo exportável de desmonte do Estado, ancorado na humilhação pública e na retórica da eficiência privada.

David Harvey já alertava: o neoliberalismo não é só um modelo econômico, é um projeto político de reconfiguração do poder. Ele não apenas transfere riqueza do público para o privado, mas redefine a relação entre governantes e governados, enfraquecendo qualquer possibilidade de contestação. Trump e Musk aplicam essa lógica na sua forma mais brutal: esvaziam o Estado, depois dizem que ele não funciona. E assim justificam mais cortes, mais privatizações, mais concentração de poder.

Naomi Klein descreveu esse fenômeno como a “Doutrina do Choque”. O truque é sempre o mesmo: criar ou explorar uma crise para impor mudanças radicais que, em circunstâncias normais, seriam inaceitáveis. A administração Trump não esperou desastres naturais ou recessões para agir – fabricou sua própria crise ao transformar o funcionalismo público em um bode expiatório. Quanto mais o governo parece disfuncional, mais justificativa há para privatizá-lo. E esse mesmo roteiro, em breve, será copiado mundo afora.

Gramsci chamaria isso de guerra de posição. A batalha contra o Estado não acontece só no nível econômico, mas no campo cultural, na disputa de imaginários. Se o serviço público passa a ser visto como ineficiente e corrupto, se a ideia de que “tudo que é público é um peso” se torna dominante, a destruição do Estado vira consenso. E o consenso é a arma mais poderosa do neoliberalismo.

O sucesso desse modelo depende de duas coisas: da inércia e do aplauso. Se não há resistência, o jogo avança sem oposição. Se há aplauso, ele se espalha e vira demanda pública. No final, esse não é apenas um projeto político – é uma reconfiguração da cultura política. A ideia de Estado como bem público sendo trocada pelo fetiche da eficiência privada, sem mediações, sem debate, sem a farsa da gestão eficiente.

Mas sejamos realistas: o Estado não é um ente puro ou neutro. Ele sempre foi um espaço de disputa – entre controle e emancipação, entre dominação e direito. Pode ser uma ferramenta de opressão e burocracia, mas também pode ser a última trincheira contra o avanço de um mercado que não reconhece nada além do que interesses privados. O problema nunca foi apenas seu tamanho, mas quem o controla e a serviço de quais interesses ele opera. Abandoná-lo à sanha privatista de Trump e Musk é aceitar a falácia de que a destruição do público tornará tudo mais eficiente. Não tornará. Apenas reforçará o controle daqueles que já detêm o poder e transferirá a engrenagem do Estado para as mãos de quem monopoliza o capital.

É simples e fatal."

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

JORNAL "A INTERSINDICAL" Associação Intersindical de Trabalhadores Classistas (AIT)Ch

JORNAL "A INTERSINDICAL"
Associação Intersindical de Trabalhadores Classistas (AIT)Ch

Compartilhamos com vocês a edição #43, de fevereiro de 2025, do jornal da Associação Intersindical de Trabalhadores Classistas (AIT). Os seguintes artigos estão incluídos nesta edição:

Este 2025 continua levantando sindicatos para lutar
Diante da farsa previdenciária patronal. Lutando contra pensões miseráveis.

Pagamento de dívida histórica. Uma zombaria que não chega nem perto de compensar os professores.

Sobre os desafios do combate à atomização e despolitização do movimento sindical. Âmbito e limitações da negociação de sucursais

Com o exemplo de Juan Pablo Jiménez para fortalecer o sindicalismo classista e combativo

Por um sindicalismo classista e combativo
Junte-se a um sindicato para lutar
CHILE: LUCHA DE LOS TRABAJADORES Y DESAFÍOS DEL SINDICALISMO
ALEX CHAMAN PORTUGAL Ph. D./REVISTA ATREVERSE/YOUTUBE.CHILE
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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

MANIFESTO CIPEIRO * Trabalhadores de Classe e de Luta/TCL

MANIFESTO CIPEIRO
Por uma CIPA a serviço da segurança e dos interesses dos trabalhadores.


1- As condições de trabalho e de vida do conjunto dos trabalhadores do setor de transporte, lojística, construção civil, estocagem etc, POR EXEMPLO,  tem passado por um processo de deterioração;

2- A sobrecarga de trabalho, marcada por horários alongados, excesso de peso nas entregas em carga e descarga do qual os trabalhadores estão sujeitos, número absurdo de notas que resultam numa intensidade brutal de sobre trabalho, etc., tornaram-se rotina para nós, do setor de transporte;

3- Essa realidade diária nossa, de motoristas e ajudantes, contrasta abertamente com a filosofia formal da empresa sobre a questão da segurança no trabalho. O sobre trabalho, o peso excessivo que nós precisamos carregar diariamente e em locais completamente inapropriados, tem levado diretamente a uma condição crônica de insalubridade, insegurança e riscos para estes profissionais;

4- Somasse a isso, a deterioração e mesmo corrosão do nosso vale alimentação, que há aproximadamente três anos não sofre reajuste. Para se ter uma ideia do problema, somente em 2024, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação do período foi de 4,7%. Se somarmos os três últimos anos, teremos um acumulado inflacionário na casa de aproximadamente 10%, o que representa considerável perda do poder de compra do nosso vale alimentação;

5- Uma outra questão muito importante e que tem afetado diretamente às condições de trabalho e mesmo de vida dos profissionais no setor de transporte, tem sido a forma como vem sendo utilizado o chamado "banco de horas": pela própria característica externa do trabalho, pouco depende do motorista ou ajudante o controle do horário em atividade.

Dessa forma, independente dos trabalhadores, quase sempre é excedido os horários de entregas e coletas. Assim, ao não ter possibilidade de decisão deliberada quanto ao seu horário laboral, os profissionais do transporte acabam obrigados a aceitarem o "banco de horas", o que equivale a fornecerem na prática trabalho gratuito;

Propostas dos profissionais do setor, para dignidade no trabalho e melhores condições de existência:

6- Propomos, no sentido de arrefecer ou mesmo eliminar os ricos a saúde do conjunto dos trabalhadores, uma carga justa de trabalho e o estabelecimento de uma regra clara, que determine o limite máximo da quantidade de peso que o trabalhador individualmente possa suportar e transportar;

7- Propomos o fim imediato do "banco de horas", absolutamente inadequado ao setor de transporte, que possui característica própria e que limita o controle dos trabalhadores sobre seu próprio horário de atividades;

8- Propomos a correção do vale alimentação de acordo com os índices inflacionários acumulados dos últimos três anos e com aumento real em seu valor, sem o qual continuaremos sofrendo a corrosão do poder de compra de nosso vale alimentação.

Enviamos nossas propostas e perspectivas descritas acima, ao sindicato de nossa categoria, juntamente com o setor responsável, na certeza da integridade e justeza de nossas demandas.

Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.